Em um cenário de instabilidade econômica, a terça-feira foi marcada por movimentações significativas no mercado brasileiro. A moeda norte-americana, o dólar, fechou o dia valorizada em 0,43%, estabelecendo-se a R$ 4,987.
Por outro lado, a Bolsa de Valores brasileira (B3) apresentou um declínio: o Ibovespa terminou o dia com uma retração de 0,55%, atingindo a marca de 116.171,42 pontos.
Notavelmente, esta é a 11ª queda seguida da Bolsa, tornando-se a mais longa sequência diária de quedas desde fevereiro de 1984.
Reviravolta na Eletrobras
Uma das empresas que mais chamou atenção no mercado foi a Eletrobras. Suas ações decaíram 3,08% na sequência de um apagão que impactou todo o país.
Além disso, os acionistas foram surpreendidos com a saída de Wilson Ferreira Jr. da presidência da companhia. Ivan de Souza Monteiro assumirá o cargo como novo CEO.
Declarações do Presidente do Banco Central
Roberto Campos Neto, à frente do Banco Central, trouxe à tona discussões sobre a taxa Selic. “É muito difícil imaginar juros baixos e estáveis, inflação baixa e estável, se isso (gastos do governo) não estiver controlado”, ressaltou.
Além disso, ele também expressou preocupação sobre os problemas associados ao alto endividamento das famílias brasileiras. Ao comentar sobre o cartão de crédito, declarou:
“O cartão de crédito é muito relevante no consumo. Não conheço nenhum outro país em que o cartão represente 40% do consumo. É difícil achar país com velocidade de emissões de cartões como o Brasil […] Debatemos vários tipos de solução para o cartão de crédito e não quero antecipar aqui.
Simplesmente limitar juros do cartão levaria bancos a retirarem cartões de circulação. Ao mesmo tempo, fim do parcelado sem juros poderia afetar comércio.”
Desempenho Econômico Chinês
No cenário internacional, a China divulgou dados que impactaram as expectativas. As vendas no varejo chinês tiveram um crescimento de 2,5% em julho, em comparação com o mesmo mês do ano passado – um número abaixo da previsão dos economistas, que esperavam um aumento de 4,5%.
Já a produção industrial chinesa cresceu 3,7%, um número também aquém das expectativas que apontavam para uma elevação de 4,4%.