Uma inesperada interrupção no fornecimento de energia lançou o Brasil em horas de escuridão em 25 estados, bem como no Distrito Federal, na última terça-feira, 15 de agosto.
Detalhes do Incidente
De acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), o corte teve início às 8h31 da manhã, afetando 25% da carga total da rede. Surpreendentemente, o estado de Roraima ficou ileso graças à sua desconexão do sistema nacional.
O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, indicou que a interrupção foi resultante de uma sobrecarga em uma linha de transmissão no Ceará, além de outro ponto ainda não identificado, que poderia estar localizado na Subestação Xingu (PA), próximo à Usina de Belo Monte.
Rumores apontam a Chesf, uma filial da Eletrobras, como responsável pela falha no Ceará. Sobre o ocorrido, Silveira mencionou:
“Foi um fato que causou a interrupção na Região Norte e Nordeste e, por uma contingência planejada, o ONS minimizou a carga das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, para que não houvesse a interrupção total dessas regiões”.
Avaliação do Ministério
O ministro enfatizou que o evento foi “extremamente raro”, explicando:
“Para acontecer um evento dessa magnitude, nós temos que ter tido dois eventos concomitantes em linhas de transmissão de alta capacidade”. Além disso, ele assegurou que a situação não reflete questões de segurança energética do Brasil.
Direção das Investigações
Preocupações sobre uma potencial sabotagem ou erro humano surgiram. “Estou oficiando ao Ministério da Justiça para que seja encaminhado à Polícia Federal um pedido de instalação de inquérito policial para apurar em detalhes o que pode ter ocorrido”, salientou Silveira.
Perspectivas de Especialistas
A gravidade do apagão foi reconhecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) como um “evento de grande porte”. Sobre possíveis causas, o engenheiro elétrico Roberto D’Araújo postulou:
“Pode ser evento atmosférico, falta de manutenção de algum transformador, nenhuma possibilidade é descartada”.
Impactos e Recursos Legais
Os efeitos da interrupção foram sentidos em diversas frentes, desde hospitais a sistemas de transporte. Especialistas sugerem que os consumidores podem buscar reparação legal por danos. Joaquim Augusto Melo de Queiroz destacou:
“O caso do apagão de Macapá é um exemplo no qual houve a propositura de inúmeras ações judiciais nesse sentido”. Em relação a perdas empresariais, ações judiciais também podem ser uma via para compensação.