A proteção da Amazônia emergiu como um dos compromissos fundamentais para impulsionar a concretização da Agenda de 2030, um pacto global estabelecido entre 193 Estados-Membros das Nações Unidas (ONU) em prol do Desenvolvimento Sustentável.
O recente lançamento do Movimento Impacto Amazônia durante o Pacto Global da ONU no Brasil destaca a necessidade premente de investimentos e políticas direcionados para a conservação da floresta, a salvaguarda das comunidades tradicionais da região e a integração da tecnologia com a sustentabilidade.
Uma Iniciativa Abrangente
O Movimento Impacto Amazônia representa um marco significativo, sendo a primeira iniciativa do Pacto Global da ONU no Brasil voltada especificamente para a região amazônica.
Seu foco principal está no comprometimento público de empresas, tanto do setor público quanto privado, em prol do desenvolvimento sustentável na Amazônia.
Essa iniciativa destaca a necessidade urgente de conscientização e ação relacionadas aos impactos ambientais e sociais decorrentes das operações empresariais na Amazônia.
Análise de Riscos Climáticos: Um Passo Importante
Uma pesquisa chamada “Pulse de Cenário e Empresas e Amazônia,” realizada em setembro com 160 empresas que participam do Pacto Global da ONU no Brasil, revelou dados significativos.
Os resultados apontam que 58,54% das empresas já haviam realizado análises dos riscos associados à crise climática em suas operações.
No entanto, preocupantemente, 79,72% das empresas ainda não haviam avaliado os impactos de suas cadeias de fornecimento em relação ao desmatamento na Amazônia.
Compromissos de Não Desmatamento: Um Longo Caminho a Percorrer
Outro aspecto relevante da pesquisa é que 64,63% das empresas não incluíam cláusulas em seus contratos com fornecedores que estabelecessem compromissos de não desmatamento na Amazônia.
Esses números ressaltam a urgência de ações concretas para abordar as implicações ambientais e sociais das atividades empresariais na região amazônica.
A Amazônia e a Agenda de 2030
A ONU destaca que a concentração na preservação da Amazônia e na redução do desmatamento é essencial para alcançar diversos objetivos da Agenda de 2030.
Isso inclui metas relacionadas a ações climáticas, consumo e produção responsáveis, bem como práticas de agricultura sustentável.
A Urgência da Preservação Amazônica
Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil, enfatiza a urgência de ações para preservar a Amazônia. Ele destaca que é essencial agir antes que a floresta atinja um ponto crítico, ameaçando o equilíbrio ecológico global.
“A Amazônia é responsável pelo equilíbrio climático, por isso que, agora com dados e fatos, toda atenção internacional está voltada para a Amazônia,” acrescenta Pereira.
Empresas e a Preservação da Amazônia
Empresas como Eletrobrás e Ambipar desempenham papéis importantes como embaixadoras do Movimento Impacto Amazônia, destacando seu compromisso com a preservação da região.
Além disso, o Banco do Brasil planeja investir cerca de R$ 23 bilhões em ações relacionadas a questões climáticas até o final do primeiro semestre de 2024. Isso abrange áreas como energias renováveis, eficiência energética e recuperação ambiental.
Transformação na Sociedade
Rachel Maia, presidente do Conselho de Administração Global da ONU no Brasil, enfatiza que a transformação em prol da preservação da Amazônia não é uma responsabilidade exclusiva das grandes empresas, mas de cada indivíduo.
Ela destaca que a sustentabilidade não está relacionada apenas ao tamanho das empresas, mas sim à responsabilidade de cada pessoa.
Desafios e Retrocessos na Agenda de 2030
Após oito anos desde o estabelecimento da Agenda de 2030 e do Pacto Global da ONU, observa-se que diversos desafios e retrocessos têm afetado o progresso das metas globais.
Crises financeiras, conflitos armados, pandemia e outros fatores têm contribuído para um retrocesso em muitas áreas.
Recuperação da Agenda de 2030
Para mitigar esses retrocessos, o Secretário-Geral da ONU tem conduzido esforços de cooperação entre governos, sociedade civil e grandes empresas. O objetivo é colocar a Agenda de 2030 de volta nos trilhos e acelerar seu cumprimento.