Desde sua posse em janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem se destacado no cenário internacional, viajando para 21 países e se reunindo com mais de 50 chefes de Estado, incluindo reis e o Papa Francisco.
Neste artigo, exploraremos como Lula está moldando a política externa brasileira em seu terceiro mandato, suas prioridades e desafios.
O Brasil Retorna ao Palco Global
Lula tem repetido incansavelmente a frase “O Brasil está de volta” em seus discursos em todo o mundo. Essa afirmação reflete sua determinação em restaurar o status do Brasil como um ator global relevante.
No entanto, especialistas em política externa afirmam que Lula ainda não conseguiu restaurar completamente o “soft power” que o Brasil desfrutou durante seus primeiros dois mandatos, entre 2003 e 2010.
Desafios na Era da Geopolítica Contemporânea
Lula enfrenta um cenário internacional mais complexo do que antes. As tensões entre Estados Unidos e China, uma possível nova Guerra Fria e o conflito na Ucrânia tornam as águas mais agitadas para o líder de 77 anos.
Além disso, o Brasil se tornou cada vez mais dependente dos mercados asiáticos, especialmente a China, que compra uma parte significativa de suas exportações.
O Equilíbrio Delicado entre Oriente e Ocidente
Lula está em busca de um equilíbrio delicado entre manter boas relações com o Ocidente e fortalecer laços com a China e a Rússia.
Alguns críticos alegam que ele está se inclinando mais em direção ao eixo sino-russo, o que gera preocupações no Ocidente. Essa questão pode complicar as relações com os Estados Unidos, incluindo o acesso a tecnologias cruciais.
Diplomacia Climática e a Amazônia
Uma área em que Lula tem se destacado é a diplomacia climática. Ele liderou esforços para proteger a Amazônia, atrair contribuições globais e reduzir drasticamente o desmatamento.
Suas políticas já reduziram significativamente o desmatamento até agosto em comparação com o ano anterior, aumentando a credibilidade do Brasil nas discussões sobre o clima.
Comentários Polêmicos e Improvisados
No entanto, Lula enfrentou críticas por seus comentários sobre a guerra na Ucrânia, sendo acusado de repetir a retórica russa.
Sua propensão a fazer comentários improvisados também causou polêmica, como quando sugeriu que o Brasil poderia deixar o Tribunal Penal Internacional. Esses episódios destacam a complexidade de sua abordagem diplomática.
Desafios na América Latina
Na América Latina, Lula não tem colhido grandes resultados de seu alinhamento com líderes de esquerda da Nicarágua e Venezuela, acusados de violações dos direitos humanos.
Seu apoio a Nicolás Maduro e a recepção calorosa a líderes socialistas em Brasília o colocam em desacordo com uma nova geração de líderes progressistas na região.
A Imagem Internacional do Brasil em Jogo
A postura de Lula em relação a Putin e Maduro levanta preocupações sobre a imagem do Brasil como defensor dos direitos humanos.
Isso pode prejudicar o país enquanto busca recuperar seu “soft power” e se destacar no cenário global. A percepção de uma agenda ultrapassada é uma crítica comum entre os observadores internacionais.