A metrópole de São Paulo foi palco de um movimento expressivo de motoentregadores que decidiram pausar seus serviços. Com uma duração prevista de três dias, iniciando-se no dia 29 de setembro, a ação busca pressionar as empresas de aplicativos a repensar as condições de trabalho e salários dos profissionais.
Centralização Sindical no Movimento
O comando dessa mobilização é feito pelo SindimotoSP, sindicato que reúne profissionais do segmento no estado de São Paulo. Em um dos pontos altos da manifestação, cerca de 200 entregadores se concentraram defronte ao prédio da IFood em Osasco.
O evento foi de tal magnitude que atraiu a atenção das autoridades, com a Polícia Militar enviando uma guarnição para monitorar a situação.
Manifestações e Discursos Marcantes
Com o intuito de fortalecer a causa e mostrar solidariedade, os entregadores, partindo de um ponto histórico do sindicato, se deslocaram até a sede da IFood. Lá, em um ato de fraternidade, compartilharam uma refeição coletiva.
“Vocês acham justo a forma de escravidão que estão praticando com a gente?”, essa indagação, repleta de emoção e crítica, foi lançada ao vento por um dos líderes do grupo, amplificando as preocupações da categoria.
Visão Sindical sobre a Adesão ao Movimento
De acordo com Gilberto Almeida, figura-chave do SindimotoSP, a paralisação já ecoa por diversos rincões do país, com participantes vindos de até 12 diferentes estados.
Ele destaca, no entanto, que a mobilização poderia ser ainda maior se não houvesse temor de represálias por parte das empresas.
“É um protesto contra toda a precarização que a categoria vem vivendo e também pelo GT [grupo de trabalho] em que as empresas se negaram a construir um acordo coletivo com os sindicatos, o que traria segurança e benefícios para os trabalhadores”, ele enfatiza.
Reivindicações dos Profissionais das Duas Rodas
A pauta de reivindicações é clara e pontual. A remuneração é um ponto crítico. “A nossa principal bandeira é um reajuste nas horas trabalhadas, pois estamos há 7 anos sem receber nada de reajuste”.
A oferta das empresas, variando de R$ 12 a R$ 17 por hora, é vista com ressalvas, uma vez que a categoria aspira algo em torno de R$ 35 por hora online.
Retorno das Empresas de Tecnologia de Entrega
Do outro lado da moeda, as empresas não se mantêm em silêncio. Representadas pela Amobitec, elas afirmam estar comprometidas com um diálogo construtivo.
A entidade sublinha o respeito pela manifestação dos trabalhadores e reitera o desejo de colaborar com iniciativas governamentais, como o GT, que visa normatizar a relação trabalhista no setor.
“Reforçamos nosso interesse em continuar colaborando para a construção de um modelo regulatório equilibrado”, declara a associação.