Com as NFTs (token não fungíveis) enfrentando uma diminuição notável na sua demanda, o cenário da arte tradicional começa a ganhar destaque, especialmente no Brasil.
Esta nação sul-americana, impulsionada por uma combinação de fatores econômicos e culturais, vê o setor artístico ganhar um novo vigor.
A SP-Arte, uma prestigiada organizadora de feiras de arte no país, percebe esse crescente interesse. Seu mais recente evento em São Paulo testemunhou uma participação impressionante.
“O público deste ano estava interessado em comprar. Isso tem relação com o fortalecimento da arte local, mas foi muito favorecido pelo público internacional, que veio atraído pelo câmbio”, detalha. Instituições de renome de várias partes do mundo marcaram sua presença, demonstrando o potencial brasileiro.
A presença brasileira em futuros eventos artísticos internacionais também é motivo de entusiasmo.
“Não é uma agenda e não vai sumir: os museus pelo mundo estão revendo seus acervos, buscam riquezas e diversidades e o Brasil tem estrutura para oferecer isso”, pontua a organizadora.
Observa-se também que a arte brasileira está expandindo suas fronteiras, emergindo em novas regiões e alcançando públicos diversos.
Transações de Arte: O que Está Por Trás das Cortinas
O comércio de arte tem suas peculiaridades. Muitas peças são vendidas em acordos privados, com preços flutuando de acordo com critérios misteriosos.
Embora essa natureza reservada possa oferecer certa proteção ao mercado interno, também apresenta desafios. “Até artistas brasileiros, que produziram fora, não conseguem trazer as obras”, comenta a especialista.
De acordo com informações do evento Art Basel e do banco UBS, o mercado de arte global chegou a uma marca expressiva no ano anterior. No entanto, insiders acreditam que as cifras podem ser ainda maiores devido à natureza sigilosa das vendas.
Os obstáculos para o mercado de arte brasileiro são muitos, desde os altos custos de seguro até taxas de importação exorbitantes. Alguns argumentam que aliviar esses impedimentos poderia potencializar o setor.
“Se um investidor tem R$ 1 milhão e quer investir em arte, pode ter dificuldade de liquidez caso precise resgatar o investimento”, alerta um galerista.
O Renovado Interesse Brasileiro em Investimentos Artísticos
Há uma tendência crescente entre os brasileiros de investir em arte. Isso é evidenciado pelo aumento das consultas feitas a galerias e eventos culturais.
“Existe um interesse crescente e uma busca por orientação, como fazer um due diligence em uma obra”, destaca a profissional da SP-Arte.
A Arte Brasileira Além das Fronteiras
A expansão não se limita apenas ao mercado interno. Muitos artistas e instituições estão explorando oportunidades fora do Brasil. Como é o caso da Oficina Francisco Brennand, de Recife. Marcos Baptista, seu representante, compartilha:
“Não realizamos exportações regulares, apenas por demanda. Inglaterra e Estados Unidos são exemplos de destinos recentes da nossa produção. Mas o mercado internacional é um objetivo”.