As investigações sobre a Infinity Asset, anteriormente gerida por David Jesus Gil Fernandez, estão ganhando terreno. Documentos reveladores deram um novo rumo à análise da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre possíveis esquemas de pirâmide financeira.
Recomendações da CPI sobre a Infinity Asset
Baseando-se em documentos examinados, a CPI solicitou o envolvimento do Ministério Público Federal e da Polícia Federal para averiguar suspeitas de “crimes contra a ordem econômica”.
O deputado Ricardo Silva, relator do caso, destacou em um relatório divulgado na segunda-feira (10) uma “movimentação atípica” nos fundos administrados pela Infinity Asset.
Relação com Clientes e Falta de Respostas
Tentativas do InfoMoney de entrar em contato com a Infinity Asset e David Fernandez foram infrutíferas. A inter-relação financeira entre a empresa, seu gestor e os investidores também foi levantada como ponto de preocupação por membros do parlamento.
David Fernandez deveria ter se apresentado à CPI para testemunhar neste ano, contudo, ele não fez isso. “Ressaltamos que caso o Congresso anule as alterações na decisão, a Copel poderá exigir a devolução da outorga paga ao governo federal. A razão para isto é que as novas regras de transmissão foram utilizadas no cálculo da outorga”, aponta um relatório da XP.
Movimentações de Fundos e Impacto nos Investidores
Após uma série de saques desencadeados pela perda de credenciamento da Anbima, a gestão dos fundos da Infinity Asset foi transferida para a Vanquish Asset no início deste ano.
Três destes fundos – Vanquish Pipa, Vanquish Coral, e Vanquish Safira – entraram em um plano de liquidação. Estima-se que cerca de 6 mil acionistas tenham sido prejudicados por esta decisão.
CVM na Jogada: O Processo em Andamento
A Infinity Asset não só é objeto de atenção da CPI, mas também está sob o radar da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A CVM atualmente revisa um caso sobre possíveis irregularidades nas transações da Infinity Asset entre setembro de 2014 e dezembro de 2018.
Este processo, iniciado em 2018, teve seu julgamento pausado recentemente após uma solicitação de João Accioly, diretor da autarquia.
No decorrer das audiências, Flávia Perlingeiro, diretora responsável pelo caso, votou a favor da penalização de David Fernandez e outros associados, propondo multas que, ao total, somam R$ 7,75 milhões.
Repercussões no Judiciário
A demora processual instigou investidores a buscarem justiça para reaver seus investimentos. Recentemente, duas decisões judiciais foram emitidas contra a Infinity e outros réus associados.
“O fundo foi encerrado por conduta supostamente fraudulenta na gestão do fundo, tendo havido violação do pacto quanto ao resgate do capital aportado”, afirmou a juíza Thania Pereira Teixeira de Carvalho Cardin em um dos vereditos.