O grupo palestino Hamas efetuou um ataque a Israel no último sábado (7), causando a perda de inúmeras vidas e reacendendo um embate que persiste por anos. Benjamin Netanyahu, líder israelense, rapidamente anunciou retaliações, preparando suas forças militares.
O conflito entre os dois territórios, datando de sete décadas, é uma mistura complexa de geopolítica, questões de terras e crenças religiosas. Ambos os lados valorizam a área devido à sua significância tanto para o judaísmo quanto para o islamismo e o cristianismo.
O início do desentendimento pode ser rastreado até os anos 1940, quando a chegada de judeus mudou a demografia local, gerando descontentamento entre os árabes-palestinos. A ONU, tentando mediar a situação após a saída britânica, propôs a criação de dois estados em 1947.
Contudo, o lado árabe sentiu-se prejudicado pelo acordo, que perceberam como desfavorável em termos de recursos. Mesmo assim, a fundação de Israel foi comemorada pelos judeus em 1948. Desde então, em meio a confrontos, Israel foi expandindo suas fronteiras.
Enquanto isso, os palestinos ficaram divididos entre Gaza e a Cisjordânia. Leonardo Paz, especialista em relações internacionais, observa a Guerra dos Seis Dias em 1967 como um ponto crucial onde Israel ampliou seu território.
Ele também mencionou à Agência Brasil a soberania de Israel sobre a Faixa de Gaza como agravante. Ele previa a retomada da violência: “A gente sabia que, eventualmente, podia acontecer outra vez”.
Olhar Sobre Israel
Israel, estabelecido em 14 de maio de 1948, enfrentou invasões de nações árabes em solidariedade aos árabes-palestinos logo após sua fundação.
Suas fronteiras tocam diversos países, incluindo Líbano, Síria e Jordânia. Jerusalém é uma cidade de significância religiosa profunda, abrigando locais como o Muro das Lamentações e a Igreja do Santo Sepulcro. Tel Aviv é o núcleo econômico do país. Benjamin Netanyahu, do partido Likud, lidera o país desde 2022.
Visão da Palestina
A Palestina busca direitos sobre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, e vê Jerusalém como sua capital. Embora a independência tenha sido proclamada em 1988 pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP), muitos dos territórios que reivindicam estão sob ocupação israelense desde 1967. Algumas potências globais ainda não reconhecem a Palestina como um Estado.
Entendendo a OLP
Fundada em 1964 pela Liga Árabe, a OLP se posicionou como o único representante verdadeiro dos palestinos. Originalmente focada na luta armada pela libertação, a organização foi rotulada como terrorista por várias nações. No entanto, em 1988, começou a favorecer uma solução de dois estados. Em 1993, Yasser Arafat, líder da OLP, reconheceu Israel oficialmente.
A Criação da ANP
O Acordo de Oslo em 1993 levou à formação da Autoridade Nacional Palestina (ANP), que administra áreas palestinas enquanto as negociações sobre o conflito continuam. Mahmoud Abbas é o atual líder da ANP.
Os Grupos Políticos: Fatah e Hamas
O Fatah, fundado em 1959, é predominantemente presente na Cisjordânia. Em contraste, o Hamas, estabelecido em 1987, é mais radical e é rotulado como uma organização terrorista por vários países.
O Papel do Hezbollah
Surgido durante a Guerra Civil do Líbano, o Hezbollah é aliado do Hamas. É visto por alguns como um movimento de resistência legítimo, enquanto outros o rotulam como terrorista.
Em suma, o conflito entre Israel e Palestina é multifacetado, enraizado em décadas de história e agravado por diferenças religiosas e geopolíticas.
Como observado pelo especialista Leonardo Paz, as raízes são profundas: “Israel, por sua vez, diz que o território é seu e não tem como oferecer qualquer tipo de soberania a esse Estado palestino porque não haveria nenhuma garantia de segurança de que esse Estado não seria um posto avançado para atacar Israel”.