O famoso ex-atleta do futebol, Ronaldinho Gaúcho, está no centro de um debate financeiro. Entre 2015 e 2021, suas transações acumularam R$ 103 milhões.
Esses movimentos, identificados pelo COAF, constam no relatório final da CPI dedicada a analisar fraudes financeiras, que concluiu seus trabalhos recentemente.
Dúvidas Emergentes e Possível Condução a Inquérito
A maneira como Ronaldinho conduziu suas finanças levantou suspeitas. Movimentações com “indícios de burla” e consideradas inusitadas para alguém com seu perfil financeiro fizeram com que as autoridades propusessem a abertura de uma investigação mais aprofundada, envolvendo também seu irmão, Roberto de Assis Moreira. Ambos poderiam estar envolvidos em ações ilícitas como gestão de recursos de terceiros sem autorização, entre outros.
O Caso da 18k Ronaldinho e a Controvérsia das Criptomoedas
A grande polêmica está relacionada à 18k Ronaldinho, alegadamente uma pirâmide financeira. As promessas deste esquema eram altas, garantindo lucros diários de 2% aos investidores, uma proposta ousada no imprevisível universo das moedas digitais.
Ronaldinho, por conta dessa controvérsia, enfrenta uma demanda judicial de R$ 300 milhões, apresentada por indivíduos que se sentiram lesados pelo projeto.
Detalhamento das Operações Financeiras
Entre depósitos e retiradas ao longo de seis anos, as contas do ex-jogador mostram uma entrada de R$ 53,5 milhões e uma saída de R$ 49,9 milhões. Interessantemente, os valores originaram-se de diferentes regiões do país, chegando inclusive de áreas economicamente desfavorecidas.
O relatório da comissão enfatiza: “Tais fatos, portanto, reforçam o arcabouço probatório desta comissão, acerca dos indícios de atividades financeiras ilícitas envolvendo Ronaldo de Assis Moreira, Roberto de Assis Moreira e Marcelo Lara (dono da 18k), culminando na associação entre eles para difundir e manter a 18K Watches (outro CNPJ) e a 18k Ronaldinho, empresas que se revelaram verdadeiros esquemas criminosos de captação de vítimas para obtenção de vantagens ilícitas, através de promessas irreais de alta rentabilidade”, conforme foi detalhado no documento.
Reação da Defesa e Outras Suspeitas
Até o momento da redação, o advogado Sérgio Queiroz, encarregado da defesa de Ronaldinho, não se manifestou publicamente. Em suas declarações à comissão, Ronaldinho e seu irmão argumentaram ser vítimas de um esquema maior.
Entretanto, investigações indicam que o ex-futebolista tem relações com Marcelo Lara, fundador da 18k, há bastante tempo. E não para por aí: existe a suspeita de envolvimento de ambos com a corretora LBLV, acusada de operações ilegais no mercado Forex no Brasil.
Decisões Futuras e Implicações Jurídicas
O Ministério Público Federal (MPF) tem em mãos o relatório final da CPI. A decisão sobre proceder com inquéritos oficiais está pendente.
Além de Ronaldinho e Roberto, a CPI sugere que outras 43 pessoas podem estar envolvidas em atividades financeiras ilícitas, incluindo esquemas de pirâmides e infrações contra o sistema financeiro brasileiro.