Na quarta-feira, o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, expressou sua oposição ao deslocamento forçado de palestinos para o Sinai, ressaltando que milhões de egípcios se opõem a essa ideia. Além disso, Al-Sisi alertou que tal medida transformaria a península do Sinai em uma base para ataques contra Israel.
Durante uma coletiva de imprensa conjunta no Cairo com o chanceler alemão Olaf Scholz, o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, sugeriu que a Faixa de Gaza está sob controle israelense e propôs a transferência dos palestinos para o deserto de Negev, em Israel, como medida para lidar com os militantes na região. Ele afirmou que essa transferência poderia ocorrer “até que os militantes sejam eliminados”.
A fronteira entre a Península do Sinai, no Egito, e a Faixa de Gaza é a única passagem que não está sob controle de Israel dentre todas as passagens que ligam ao território palestino.
Com o bombardeio intenso e o bloqueio em curso para combater os militantes do Hamas, que controlam a faixa de Gaza, Israel está gerando preocupações de que os 2,3 milhões de habitantes possam ser obrigados a se deslocar para o sul, em direção ao Sinai. Essas ações têm causado temor e incerteza na região.
“Sisi afirmou que o que está acontecendo atualmente em Gaza é uma tentativa de induzir os moradores civis a buscar refúgio e migrar para o Egito, o que não deve ser tolerado.”
“O Egito se opõe firmemente a qualquer proposta de solução militar ou por meio da expulsão forçada dos palestinos de suas terras na busca de resolver a questão palestina, pois isso prejudicaria outros países da região”, enfatizou o representante egípcio.
Em uma declaração recente, Sisi expressou sua crença de que o povo egípcio não hesitaria em protestar maciçamente caso fossem feitos planos para realocar os moradores de Gaza para o Sinai. Ele afirmou que o povo egípcio estaria disposto a sair e protestar em grande número, se assim fosse solicitado.
O líder egípcio deixou claro que o Sinai não deveria ser usado como destino para os residentes de Gaza, enfatizando que isso levaria a consequências indesejáveis. A posição de Sisi reflete a preocupação de muitos egípcios sobre a possível chegada de milhares de palestinos à região, o que poderia sobrecarregar os recursos já limitados dessa área.
Ao dizer que o povo egípcio responderia com protestos em massa, Sisi está destacando a importância que a questão tem para a população local. Ele está indicando que o povo egípcio está disposto a defender seus interesses e a resistir a qualquer medida que possa afetar negativamente sua própria situação.
Essa declaração também reflete a posição oficial do governo egípcio em relação à escalada do conflito entre Israel e Palestina. Sisi tem sido um defensor da resolução pacífica e da estabilidade na região, e sua oposição à realocação dos moradores de Gaza para o Sinai está alinhada com essa postura.
No geral, a declaração de Sisi destaca a determinação do povo egípcio em proteger seus próprios interesses e manter a estabilidade interna. Ao afirmar que o povo egípcio protestaria em massa contra a realocação dos moradores de Gaza para o Sinai, ele está enviando uma mensagem clara de que qualquer medida desfavorável seria enfrentada com forte oposição.
Nos últimos dez anos, o Egito tem enfrentado uma crescente insurgência islâmica no nordeste do Sinai, que desperta preocupações quanto à segurança em sua fronteira com Gaza. Diante dessa situação, o país teme a instabilidade na região.
“De acordo com Sisi, mover os palestinos para o Sinai implicaria em levar consigo a noção de resistência e combate que existe na Faixa de Gaza, transformando, assim, o Sinai em uma base para lançar operações contra Israel.”
A Jordânia, país vizinho da Cisjordânia ocupada por Israel e que acolheu a maioria dos palestinos que foram deslocados ou expulsos de suas residências após a fundação do Estado de Israel, também expressou preocupação com relação à expulsão dos palestinos de suas terras.