De acordo com especialistas do Safra, o índice Ibovespa, que é amplamente utilizado como referência para o mercado de ações brasileiro, pode atingir a marca de 142 mil pontos até o final de 2024, o que representa um aumento de cerca de 26% em relação ao nível atual. Embora reconheçam que o percurso não será fácil, os estrategistas acreditam que o cenário econômico brasileiro está apresentando melhorias significativas.
De acordo com as previsões da área de macroeconomia do banco para o próximo ano, espera-se uma inflação de 3,3% e uma taxa Selic de 8,75% ao final do período. Além disso, estima-se um crescimento do PIB de 2,5% durante o mesmo período.
Acreditamos que o processo de desinflação em andamento permitirá uma redução na taxa Selic no próximo ano, o que provavelmente estimulará o crédito e contribuirá para um aumento no consumo”, afirmaram em um relatório enviado a clientes no final da segunda-feira.
Eles acreditam que a combinação do impulso do crédito e o aumento da confiança das empresas pode criar um ambiente propício para os investimentos. Reconhecem que as perspectivas dos mercados globais continuam desafiadoras e entendem que a disciplina fiscal é essencial para garantir uma perspectiva favorável.
“Embora haja riscos no cenário internacional que resultam em prêmios de risco de mercado mais altos, temos confiança de que o cenário macroeconômico do Brasil será atrativo devido a fundamentos mais sólidos”, afirmaram.
No entanto, no Brasil, há a possibilidade de aumento dos impostos corporativos como parte dos esforços para alcançar o equilíbrio fiscal, embora isso não seja garantia de que o governo atingirá sua meta.
No cenário internacional, a economia na zona do euro continua apresentando um desempenho fraco, com uma inflação persistentemente alta e juros também mantidos em um nível elevado. Por outro lado, os Estados Unidos devem experimentar um crescimento moderado, uma vez que sua atividade econômica continua mostrando resiliência, apesar dos altos juros praticados.
Eles também consideram que a instabilidade no Oriente Médio pode ter um impacto negativo nos preços do petróleo, o que poderia influenciar a desaceleração da inflação global.
“Essa situação pode levar o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, a manter as taxas de juros elevadas por um período prolongado, o que poderia afetar o atratividade de mercados emergentes, como o Brasil”, afirmaram os analistas.
Observou-se recentemente que os dados econômicos mais recentes da China foram mais favoráveis, indicando o início de uma recuperação de curto prazo. No entanto, essa melhora não altera a tendência de desaceleração da atividade econômica a médio e longo prazos.
Os especialistas em estratégia acreditam que os ativos do Brasil possuem um prêmio considerável e que a maioria dos riscos relacionados à política fiscal doméstica e monetária nos Estados Unidos e Europa parecem já estar refletidos no preço.
A curto prazo, no entanto, ainda é necessário adotar uma abordagem mais cautelosa ao investir o capital. Portanto, é recomendável concentrar-se em uma estratégia de valor, com ênfase em empresas ou setores que têm baixos múltiplos de negociação e oferecem retornos sólidos.
Neste contexto, é mencionado que empresas do setor de petróleo e gás, siderurgia e mineração, bancos e serviços essenciais devem manter um desempenho sólido.
No entanto, à medida que os perigos diminuem, percebemos que pode ser razoável aumentar a exposição a setores domésticos cíclicos ou de crescimento, como saúde, consumo, varejo e transportes. Esses setores se beneficiarão de taxas de juros mais baixas e de um aumento do crescimento econômico.