Na quarta-feira, o vice-ministro das finanças da China, Zhu Zhongming, afirmou que os novos títulos soberanos emitidos pela China irão impulsionar a recuperação econômica do país. Essa medida está sendo tomada em conjunto com um aumento no estímulo fiscal do governo, que resultará em um déficit orçamentário significativamente maior.
De acordo com informações divulgadas pela mídia estatal na terça-feira, o principal órgão parlamentar da China aprovou a emissão de 1 trilhão de iuanes (cerca de 137 bilhões de dólares) em títulos soberanos. Esses recursos serão destinados à reconstrução das áreas afetadas pelas enchentes deste ano e à melhoria da infraestrutura urbana, com o objetivo de lidar de forma mais eficiente com futuros desastres.
A economia da China, que é a segunda maior do mundo, registrou um crescimento mais acelerado do que o previsto no terceiro trimestre, o que aumenta as possibilidades de Pequim atingir sua meta de crescimento de cerca de 5% para 2023.
No entanto, especialistas em economia afirmam que o setor imobiliário, que foi impactado pela crise, ainda representa um obstáculo para a economia e continua a afetar negativamente as perspectivas de crescimento.
Segundo reportagem veiculada pela mídia estatal, a China surpreendeu ao aumentar significativamente seu déficit orçamentário para 2023, elevando-o para cerca de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Essa medida realiza-se de forma incomum, visto que inicialmente havia sido estabelecido o déficit de 3% do PIB. Essa mudança se deu em decorrência do aumento da dívida do governo central chinês.
De acordo com especialistas, o aumento proposto na emissão de títulos vem em um momento em que Pequim está se preparando para implementar medidas adicionais de estímulo fiscal, a fim de sustentar a recuperação econômica. No entanto, há preocupações de que esse estímulo financiado por dívidas possa prejudicar a transição para um modelo de crescimento econômico liderado pelo consumidor.
Alguns especialistas diminuíram a importância do impacto econômico positivo de curto prazo da recente emissão de dívida.
“Acreditamos que o impacto econômico adicional de 1 trilhão de iuanes em títulos do governo chinês não será excessivo, especialmente a curto prazo”, afirmou Ting Lu, economista-chefe da Nomura para a China, em comunicado.
“É possível que os impactos econômicos resultantes dos investimentos em projetos de conservação da água sejam mínimos.”
De acordo com o vice-ministro Zhu, a China tomará medidas para controlar de forma adequada o ritmo do seguro de títulos e irá combinar a emissão com gastos. Ele também afirmou que as autoridades chinesas vão se esforçar para evitar o uso indevido dos fundos provenientes desses títulos.
“De acordo com o ministro, o governo ainda mantém um nível de endividamento considerado aceitável, mas não foram fornecidos maiores detalhes sobre o assunto.”