A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, enfatizou a importância da cooperação internacional em um mundo marcado por divisões para enfrentar um período prolongado de baixo crescimento global e altas taxas de juros.
Georgieva destacou que a falta de cooperação entre as nações poderia agravar ainda mais os desafios econômicos que já são enfrentados atualmente. Ela ressaltou que a desaceleração do crescimento global é uma realidade que persistirá nos próximos anos e que as altas taxas de juros contribuirão para esse cenário.
A diretora-gerente do FMI enfatizou que é essencial que os países trabalhem juntos para implementar políticas coordenadas que estimulem o crescimento econômico e reduzam as taxas de juros. Ela salientou a importância de medidas fiscais expansivas e de políticas monetárias acomodatícias para combater a desaceleração econômica e promover um ambiente propício ao investimento e ao comércio.
Georgieva também ressaltou a necessidade de resolver os conflitos comerciais, especialmente entre as grandes potências, e buscar soluções justas que beneficiem todas as partes envolvidas. Ela destacou que a incerteza criada pelos conflitos comerciais prejudica a confiança dos investidores e afeta negativamente o crescimento econômico global.
A diretora-gerente do FMI reiterou a importância de uma abordagem multilateral para resolver os desafios econômicos atuais e futuros. Ela enfatizou a necessidade de reformar as instituições internacionais para torná-las mais inclusivas e equitativas, a fim de promover uma maior cooperação entre os países.
Georgieva concluiu afirmando que, em um mundo cada vez mais dividido, a cooperação internacional é essencial para enfrentar os desafios econômicos e garantir um crescimento global mais robusto e sustentável no futuro.
“A taxa de inflação continua alta, o que implica a necessidade de manter as taxas de juros elevadas, o que por sua vez desacelera ainda mais o crescimento, já em ritmo lento de 3%”, afirmou Georgieva durante um painel de discussão na conferência anual Future Investment Initiative (FII), realizada em Riad, na Arábia Saudita.
“A cooperação é essencial para o crescimento em um mundo fragmentado e, sem dúvida, é uma questão de máxima prioridade”, afirmou Georgieva.
De acordo com a especialista, a fragmentação possui custos consideráveis que impactam negativamente a economia. Ela afirma que em diversas situações, estima-se que essa fragmentação possa representar uma diminuição de aproximadamente 12% do Produto Interno Bruto (PIB) global. No entanto, não foi mencionado um prazo específico para a ocorrência desses efeitos.
Georgieva enfatizou que em resposta à desaceleração do crescimento mundial, os governos devem implementar medidas fiscais robustas, garantindo a manutenção das receitas e o estímulo a investimentos de longo prazo em capital humano.
“Apesar dos benefícios que a globalização trouxe, como o crescimento significativo da economia mundial e a redução da pobreza para 1,5 bilhão de pessoas, houve uma crescente oposição a esse fenômeno. A crítica principal é que nem todos foram igualmente beneficiados.”
“Não cumprimos adequadamente nossa responsabilidade de garantir oportunidades para aqueles que saíram em desvantagem.”