Nesta quarta-feira, a China anunciou o estabelecimento de uma parceria estratégica com a Colômbia, o que representa um avanço nas relações diplomáticas entre os dois países. Com esta medida, a China busca aumentar sua influência e fortalecer sua posição na América Latina, em um movimento que também visa expandir seus laços com um dos mais antigos aliados dos Estados Unidos.
Na semana passada, houve um fortalecimento nas relações entre Colômbia e China. Essa parceria teve início em 1980, quando o presidente colombiano Gustavo Petro visitou Pequim e se encontrou com o presidente chinês Xi Jinping. Desde então, esse encontro marca a primeira visita de Petro à segunda maior economia mundial desde sua posse no ano passado.
A China estabeleceu laços estratégicos com a Colômbia, fortalecendo assim suas relações com 10 dos 11 países sul-americanos com os quais mantém relações. A única exceção é a Guiana, o único país da região no qual a China possui laços bilaterais comuns.
Nos últimos anos, a China aumentou seus esforços para expandir sua influência na América do Sul, América Central e Caribe, regiões que são de grande importância estratégica para os Estados Unidos, seu principal rival.
A área também é significativa para a China, pois inclui países que não possuem relações com Pequim, mas reconhecem Taiwan como um Estado independente, com seu governo democrático. O Paraguai é o último país sul-americano que mantém laços com Taiwan, o qual a China considera como parte de seu território.
No decorrer da pandemia de Covid-19, a China assumiu a liderança ao fornecer as primeiras doses de vacinas para a Colômbia. Em reconhecimento à ajuda significativa da China no combate ao coronavírus, o presidente Xi Jinping foi convidado a fazer um discurso ao povo colombiano por meio de um link de vídeo, marcando o profundo impacto da colaboração entre os dois países.
“Desequilíbrio em grande escala”
Na terça-feira, ao chegar em Pequim, Petro elogiou as oportunidades para o aumento das exportações colombianas para a China, além do relançamento da rede ferroviária nacional da Colômbia.
A China Harbour Engineering Company (CHEC) está prevista para finalizar duas linhas de metrô em Bogotá até o ano de 2026. Este projeto, avaliado em 4 bilhões de dólares, recebeu financiamento de 30% de bancos chineses e foi concedido ao consórcio composto pela CHEC, Xian Metro Company e Bombardier Inc do Canadá no ano de 2019.
Em 2019, a Colômbia decidiu conceder à China Civil Engineering Construction Corporation (CCECC) o contrato para o seu projeto de sistema ferroviário leve, conhecido como RegioTram.
A China possui investimentos significativos na indústria de mineração da Colômbia, como evidenciado pela aquisição da mina de ouro da empresa canadense Continental Gold pela Zijin Mining em 2019. Essa transação estabeleceu a China como um importante empregador no setor minerador colombiano.
“A China recebeu pedidos para aumentar suas importações da América do Sul, apesar dos empréstimos, investimentos e ofertas para ajudar a desenvolver a infraestrutura da região.”
Na quarta-feira, durante uma reunião com o presidente Xi, Petro destacou o desequilíbrio na balança comercial entre a Colômbia e a China, enfatizando que este é resultado das diferenças históricas das economias dos dois países.