Na semana passada, houve um aumento moderado no número de norte-americanos que solicitaram auxílio-desemprego. Essa tendência reflete a falta de sinais significativos de desaceleração no mercado de trabalho.
Embora o relatório semanal de pedidos de auxílio-desemprego do Departamento do Trabalho dos EUA, divulgado nesta quinta-feira, também tenha revelado um aumento recorde de seis meses nas listas de desempregados, os economistas estão divididos sobre se isso indica uma mudança significativa de tendência. Os pedidos contínuos têm subido desde meados de setembro.
Algumas razões foram apontadas por economistas para explicar o aumento, enquanto outros argumentaram que o aumento era apenas resultado das flutuações sazonais e não deveria ser considerado preocupante. Além disso, os dados do ano passado mostraram um padrão semelhante nesse mesmo período, porém sem um aumento correspondente na taxa de desemprego. Isso levou alguns especialistas a concluírem que os trabalhadores demitidos estavam enfrentando períodos mais longos de desemprego.
Lou Crandall, economista-chefe da Wrightson ICAP em Nova York, afirmou que o recente aumento contínuo nos pedidos parece ser um fenômeno relacionado ao ajuste sazonal. Ele também destacou que um aumento semelhante foi observado no ano passado.
“No momento, não consideramos o aumento como um fator relevante. É provável que seja revisado para baixo durante as revisões anuais no próximo ano, na primavera (no Hemisfério Norte).”
Na semana terminada em 28 de outubro, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 5.000, chegando a 217.000, após ajuste sazonal. Economistas consultados pela Reuters haviam previsto 210.000 pedidos para essa mesma semana.
Apesar da desaceleração gradual do mercado de trabalho, as condições continuam a ser desafiadoras, ressaltando a contínua robustez da economia. Segundo o governo dos Estados Unidos, em setembro havia uma média de 1,5 oportunidades de emprego para cada pessoa desempregada.
Na quarta-feira, o Federal Reserve decidiu não fazer alterações na taxa de juros do país, porém indicou a possibilidade de um aumento no futuro, confirmando assim a força da economia. Desde março de 2022, o Fed já aumentou a taxa de juros em 525 pontos-base, situando-se atualmente na faixa de 5,25% a 5,50%.
Na semana passada, os pedidos de indenização não ajustados tiveram um aumento considerável, passando de 2.768 para 196.767. Esse aumento foi impulsionado principalmente pelos estados da Califórnia, Michigan e Carolina do Norte, que compensaram a queda significativa observada em Nova York. O aumento significativo de pedidos de indenização em Michigan pode ser atribuído às recentes greves na indústria automobilística que foram encerradas.
O número de indivíduos que estão recebendo benefícios continuados após uma semana inicial de auxílio, um indicador de contratação, aumentou em 35.000, chegando a 1,818 milhão durante a semana que terminou em 21 de outubro. Esse número representa o maior nível de pedidos contínuos desde meados de abril.
Nancy Vanden Houten, economista-chefe da Oxford Economics em Nova York, afirmou que se o aumento dos pedidos contínuos continuar, isso indicaria um relaxamento maior nas condições do mercado de trabalho.