As forças israelenses estão atualmente realizando uma ofensiva na Cidade de Gaza, a principal cidade na Faixa de Gaza, em uma tentativa de conter o grupo militante Hamas. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou que suas forças estão avançando, mas o Hamas está retaliando com ataques surpresa lançados a partir de túneis subterrâneos.
“A cidade localizada no extremo norte da Faixa de Gaza tem sido alvo dos ataques por parte de Israel, que expressou o objetivo de destruir a central de comando do grupo islâmico palestino e encorajou os civis a se deslocarem para o sul em busca de segurança.”
““Estamos atualmente em um ponto crítico da batalha. Alcançamos conquistas notáveis e estamos avançando além da periferia da Cidade de Gaza. Estamos progredindo”, declarou Netanyahu, sem fornecer mais informações.”
Segundo o brigadeiro-general Iddo Mizrahi, líder dos engenheiros militares de Israel, as tropas israelenses estão atualmente em uma fase inicial de abertura de rotas de acesso em Gaza. No entanto, estão enfrentando a presença de minas e armadilhas colocadas pelo Hamas. Ele observou que o Hamas se preparou de forma eficiente e aprendeu a criar obstáculos para dificultar o avanço das forças militares israelenses.”
De acordo com relatos de moradores e vídeos divulgados, soldados do Hamas e do grupo aliado Jihad Islâmica surgiram de túneis subterrâneos para disparar contra tanques inimigos, antes de desaparecerem novamente.
Apesar dos apelos internacionais por uma cessação humanitária das hostilidades, a situação continua sem trégua para os civis palestinos, com especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) alertando que eles enfrentam um “grave risco de genocídio”.
Os palestinos civis enfrentam uma série de desafios em sua vida diária, incluindo escassez de alimentos, combustível, água potável e remédios. Essa situação tem impactado negativamente sua qualidade de vida e bem-estar.
A escassez de alimentos é uma das principais preocupações enfrentadas pelos palestinos. Devido a restrições de movimento e bloqueios, muitos têm dificuldade em acessar mercados e lojas que oferecem uma variedade de alimentos. Isso resulta em uma falta de diversidade nutricional em suas dietas, o que pode levar a deficiências nutricionais e problemas de saúde a longo prazo.
Além disso, a escassez de combustível afeta a mobilidade e o acesso a serviços essenciais, como hospitais e escolas. Muitos palestinos têm dificuldade em realizar deslocamentos diários devido à falta de combustível, o que dificulta o acesso a oportunidades de emprego e educação.
A falta de água potável também é uma realidade preocupante para os palestinos. O acesso limitado à água limpa e segura leva a problemas de saúde, como doenças transmitidas pela água. Muitas famílias são forçadas a depender de fontes de água não tratada, o que aumenta o risco de doenças causadas por água contaminada.
Além disso, a escassez de remédios é uma preocupação constante para os palestinos. Devido a restrições de importação e falta de recursos, muitos medicamentos essenciais estão em falta nos hospitais e clínicas. Isso dificulta o acesso a tratamentos e cuidados de saúde adequados, levando a consequências graves para a saúde da população.
Em suma, os palestinos civis enfrentam inúmeros desafios devido à escassez de alimentos, combustível, água potável e remédios. Essa realidade afeta negativamente sua qualidade de vida e bem-estar, prejudicando sua saúde e mobilidade diária. É necessário um esforço conjunto para garantir que essas necessidades básicas sejam atendidas e que os palestinos tenham acesso adequado a alimentos, água, combustível e cuidados de saúde.
De acordo com Juliette Touma, porta-voz da Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA), a água está sendo empregada como um instrumento de guerra.
“Nós estamos adoecendo”
Na cidade de Khan Younis, localizada no sul da Faixa de Gaza, Rafif Abu Ziyada, uma criança de nove anos, relatou que tem enfrentado dificuldades relacionadas à falta de acesso a água limpa. Ela tem sido obrigada a consumir água contaminada, o que tem causado desconforto em seu estômago e frequentes dores de cabeça.
“De acordo com relato, a falta de gás para cozinhar e água tem gerado dificuldades na alimentação e ocasionado problemas de saúde. Além disso, foi observado um acúmulo de lixo no chão, resultando em uma poluição geral no local.”
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, mencionou nesta quinta-feira que, antes de sua viagem para o Oriente Médio, discutiria medidas concretas para reduzir os impactos negativos sobre os civis em Gaza. Ele reconheceu previamente que a população estava sofrendo as consequências do conflito e agora busca maneiras de minimizar esses danos.
Um estudo recente revelou que aproximadamente 37% dos 35 hospitais localizados em Gaza estão atualmente fora de funcionamento. Essas instalações médicas tiveram que ser convertidas em campos improvisados de refugiados para acomodar a crescente demanda por abrigo.
A situação em Gaza é devastadora, com uma quantidade alarmante de hospitais incapazes de oferecer assistência médica adequada. Essas instituições foram projetadas para fornecer cuidados de saúde essenciais à população, mas agora enfrentam uma sobrecarga de pacientes deslocados.
Essa crise na saúde está intimamente ligada à deterioração da situação humanitária em Gaza. O conflito contínuo na região tem causado um aumento significativo no número de pessoas que necessitam de assistência médica urgente. A falta de recursos adequados e a infraestrutura em ruínas apenas amplificam os desafios enfrentados pelos hospitais.
A situação é particularmente angustiante para os moradores de Gaza que dependem desses hospitais para tratar doenças crônicas e receber cuidados de saúde básicos. Com a falta de acessibilidade aos serviços de saúde, os pacientes agora se encontram em uma situação desesperadora, sem ter onde recorrer para obter a assistência necessária.
A deterioração da situação hospitalar em Gaza é uma questão urgente que exige atenção imediata. É essencial que a comunidade internacional se mobilize para fornecer apoio e assistência a esses hospitais, para que eles possam voltar a funcionar adequadamente e atender às necessidades médicas da população.
Além disso, é crucial que sejam tomadas medidas para resolver as questões estruturais subjacentes que contribuem para a falta de hospitais funcionais em Gaza. Isso inclui a implementação de acordos de paz duradouros, a garantia de acesso a suprimentos médicos e a reconstrução das infraestruturas afetadas pelos conflitos.
A comunidade global deve se unir para garantir que os hospitais em Gaza sejam restaurados e se tornem capazes de fornecer cuidados de saúde essenciais àqueles que mais precisam. A situação atual é insustentável e requer ação imediata para evitar uma catástrofe humanitária ainda maior.
“Ao descrever a situação atual, a organização de caridade Auxílio Médico para Palestinos afirma que vai além de catastrófica. Corredores lotados e médicos que estão de luto e desabrigados são apenas alguns dos aspectos alarmantes presentes.”
Sete especialistas das Nações Unidas em Direitos Humanos emitiram uma declaração em Genebra, expressando sua convicção de que o povo palestino está enfrentando uma ameaça séria de genocídio. Os relatores especiais afirmaram que permanecem firmes em sua visão de que essa população está em perigo iminente.
“Solicitamos uma interrupção humanitária para assegurar a chegada da ajuda às pessoas mais necessitadas”.
A guerra mais recente no conflito prolongado começou quando soldados do Hamas atravessaram a fronteira de Gaza com Israel em 7 de outubro. Segundo relatos de Israel, 1.400 pessoas, em sua maioria civis, foram mortas, e mais de 200 reféns foram capturados neste que foi o dia mais mortífero da história do país em 75 anos.
De acordo com as autoridades de saúde de Gaza, o recente ataque de Israel ao enclave palestino resultou na morte de pelo menos 9.061 pessoas, incluindo 3.760 crianças e 2.326 mulheres. Esse pequeno enclave possui uma população de aproximadamente 2,3 milhões de habitantes.
De acordo com Israel, eles relataram a perda de 18 soldados, bem como a morte de várias dezenas de militantes, desde que as operações por terra foram intensificadas na última sexta-feira.
“NÃO SOMOS ANIMAIS: A Distinção entre Humanos e outras Espécies”
Pelo segundo dia consecutivo, a passagem de Rafah, que conecta Gaza ao Egito, foi aberta para permitir retiradas limitadas. Esse acordo, mediado pelo Catar e envolvendo Israel, Egito, Hamas e Estados Unidos, tem como objetivo permitir que algumas pessoas com passaportes estrangeiros e seus dependentes, além de residentes feridos de Gaza, saiam do enclave.
Na quinta-feira, a Autoridade Palestina de Fronteira, representada por Wael Abu Mehsen, anunciou que 400 cidadãos estrangeiros serão autorizados a sair para o Egito através da passagem de Rafah. Isso ocorre logo após cerca de 320 indivíduos terem sido permitidos a atravessar a fronteira na quarta-feira.
Várias dezenas de palestinos gravemente feridos também terão permissão para atravessar. O governo israelense fez um apelo aos países estrangeiros para que enviem navios hospitalares para auxiliar no tratamento desses indivíduos.
“”Quero atravessar para voltar para casa. Não devemos ser tratados como animais”, Ghada el-Saka, uma egípcia em Rafah, expressou enquanto aguardava para retornar ao seu país depois de visitar seus parentes. Ela também compartilhou sua experiência assustadora de ter testemunhado a morte durante um ataque próximo à casa de seus irmãos, que obrigou ela e sua filha a se abrigarem na rua.””
Suzan Beseiso, uma cidadã dos Estados Unidos que tem parentes em Gaza, compartilhou que não estava entusiasmada em deixar a região. Ela explicou que sentia essa relutância porque tem muitas pessoas queridas e pelas quais se preocupa naquela área.
“Estou passando por um dilema atualmente. Não tenho certeza se vou conseguir ver minha família novamente ou meus amigos que deixei para trás. Infelizmente, a situação atual é muito grave, com pessoas perdendo suas vidas. A sensação de insegurança é universal.”
Mesmo que os Estados Unidos e outras nações ocidentais tenham tradicionalmente apoiado Israel, as recentes imagens de corpos nos escombros e as terríveis condições em Gaza têm levado a apelos por contenção e protestos nas ruas em todo o mundo.
Embora Israel tenha instruído os cidadãos a se refugiarem no sul, infelizmente essa região também não foi poupada. Segundo informações das autoridades sanitárias de Gaza, três palestinos perderam suas vidas em um bombardeio com tanques próximo à cidade de Khan Younis. Além disso, um ataque aéreo resultou na morte de cinco pessoas ao redor de uma escola da ONU no campo de refugiados de Beach.
Um ataque aéreo na região central de Gaza resultou na destruição de grupos de residências no campo de refugiados de Bureij, de acordo com relatos de moradores e autoridades de Gaza. O incidente resultou na remoção de 15 corpos dos escombros.
“Pessoas recolhiam cadáveres em cobertores, ecoando as palavras ‘um massacre, um massacre’.”
Na quinta-feira, foi anunciado que Israel estava em negociação com agências médicas para a implementação de hospitais de campanha no sul da Faixa de Gaza. Essa iniciativa visa atender às necessidades médicas da região.
“Atualmente, estamos discutindo a possibilidade de estabelecer hospitais de campanha que ofereceriam os cuidados médicos básicos necessários para lidar com os traumas de guerra”, afirmou o coronel Elad Goren, representante da COGAT, agência do Ministério da Defesa de Israel responsável pela coordenação de assuntos civis com os palestinos.
Recentemente, Israel realizou ataques na área densamente povoada de Jabalia, que foi estabelecida como um campo de refugiados em 1948.
De acordo com o gabinete de imprensa do Hamas em Gaza, um total de 195 palestinos foram mortos durante dois ataques separados ocorridos na terça e na quarta-feira. Os ataques resultaram em 120 pessoas desaparecidas e outros 777 indivíduos feridos.
Israel relatou ter realizado um ataque em Jabalia, alegando ter matado dois comandantes do Hamas. O país acusa o grupo terrorista de se esconder entre a população civil, colocando-os em risco.
Em meio à indignação das nações árabes diante das ações de Israel, o Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos afirmou que os ataques de Israel, considerados desproporcionais, podem configurar crimes de guerra.
A violência também se estendeu à Cisjordânia ocupada, onde os ataques por parte de Israel resultaram em confrontos com homens armados e indivíduos que atiram pedras.