A atividade empresarial na zona do euro registrou uma retração mais acelerada no mês passado, devido, em grande parte, ao enfraquecimento da demanda no setor de serviços. Essa tendência indica um risco cada vez maior de recessão nos 20 países que compõem o bloco. Essa é a conclusão de uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira.
De acordo com os dados oficiais divulgados, a economia registrou uma contração de 0,1% no último trimestre. Além disso, o Índice de Gerentes de Compras (PMI) Composto final de outubro revelou que o bloco econômico começou este trimestre com sinais de fraqueza.
O índice de gerentes de compras (PMI) do HCOB, compilado pela S&P Global e considerado um indicador confiável da situação econômica geral, registrou uma queda em outubro, chegando a 46,5 em comparação com os 47,2 de setembro. Essa é a leitura mais baixa desde novembro de 2020, quando as restrições relacionadas à Covid-19 foram reforçadas em muitas partes do continente.
O resultado permaneceu abaixo do nível de 50, que indica uma contração em vez de crescimento, pelo quinto mês consecutivo e foi consistente com a leitura preliminar anterior.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) do setor de serviços caiu de 48,7 para 47,8, o que também coincide com sua leitura preliminar anterior.
“Parece que o setor de serviços da zona do euro está enfrentando dificuldades no início deste último trimestre. Com uma queda acentuada no volume de novos negócios, a perspectiva não é animadora para o futuro”, comentou Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank.
“Existe a possibilidade de que o PIB da zona do euro registre uma queda significativa no quarto trimestre”, declarou o economista, destacando que a França apresentou o pior desempenho entre as principais economias da região, seguida pela Alemanha e Itália.
A atividade industrial sofreu mais uma desaceleração em outubro, de acordo com os resultados do Índice de Gerentes de Compras (PMI) divulgados na semana passada. Este índice revelou que o volume de novos pedidos diminuiu a uma das taxas mais acentuadas desde que os dados começaram a ser coletados em 1997.
No setor de serviços, a situação seguiu um padrão semelhante, com o índice de novos negócios atingindo o seu nível mais baixo desde o início do ano. Esse índice, que é um indicador da demanda, caiu de 46,4 para 45,6. O aumento dos preços e dos custos de empréstimos tornou os consumidores endividados mais cautelosos em relação aos gastos, o que contribuiu para essa queda.
No último mês, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter as taxas de juros em níveis históricos, encerrando uma série inédita de 10 aumentos consecutivos. Apesar disso, o BCE enfatizou que as especulações crescentes sobre cortes nos juros são precipitadas.