A Pico, uma subsidiária de realidade virtual da ByteDance, empresa por trás do TikTok, planeja realizar uma reestruturação significativa e demitir funcionários devido à diminuição da demanda global no setor. Essas mudanças representam a maior reorganização desde que a Pico foi adquirida pela ByteDance há dois anos, segundo informações de três fontes próximas ao assunto.
A empresa chinesa Pico reuniu-se internamente nesta terça-feira para anunciar suas decisões estratégicas. Segundo fontes anônimas, a Pico decidiu manter sua unidade de hardware, mas transferir grande parte de sua equipe de software de volta para a ByteDance, empresa controladora, para focar no desenvolvimento de produtos internos.
Essas informações foram fornecidas à Reuters sob condição de anonimato, pois as fontes não estão autorizadas a se manifestar publicamente.
Durante a reunião, o presidente-executivo da Pico, Zhou Hongwei, expressou que o setor de realidade virtual ainda está em um estágio inicial e que a expectativa da empresa para o crescimento do setor e do mercado foi bastante otimista, uma vez que o crescimento real não ocorreu tão rapidamente quanto o esperado. Essa informação foi verificada por duas fontes através de uma transcrição da declaração de Zhou Hongwei.
Zhou anunciou que a empresa irá realizar cortes de pessoal em diferentes áreas, incluindo equipes de vendas, vídeos e operações da plataforma.
Durante a reunião, não foi divulgado o número exato de empregos que serão eliminados, no entanto, as três pessoas presentes afirmaram que “centenas” de funcionários devem ser impactados em todo o mundo.
Em um comunicado, a Pico afirmou que está realizando uma reestruturação em seus negócios, com o intuito de se concentrar e priorizar o desenvolvimento de hardware e tecnologias consideradas essenciais pela empresa. No entanto, informações sobre possíveis demissões não foram divulgadas pela companhia.
A reestruturação representa um contratempo para a ByteDance, uma vez que a compra da Pico, em 2021, avaliada em mais de 1 bilhão de dólares, foi vista como uma estratégia do grupo chinês para competir com a Meta e seus headsets de realidade virtual, os Quest.
Entretanto, a demanda no setor apresentou uma redução neste ano.
De acordo com a mais recente pesquisa da empresa IDC, as vendas de headsets de realidade aumentada e virtual têm apresentado queda nos últimos quatro trimestres consecutivos. Os dados, atualizados até 30 de junho, revelam que no segundo trimestre de 2023, as vendas dos dispositivos caíram cerca de 44,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Nos últimos tempos, a Pico tem experimentado um crescimento impressionante, impulsionado pela sua aquisição e pela sua estratégia de expansão agressiva, tanto dentro quanto fora da China. Com uma presença consolidada no mercado asiático, a empresa rapidamente se tornou a líder em vendas totais de headsets de realidade virtual, ficando atrás apenas da Meta em termos globais.
A Pico tem demonstrado um poder de competição excepcional, consolidando sua posição como uma das principais players da indústria de realidade virtual.