O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou preocupação com o elevado número de mortes de civis na Faixa de Gaza durante as operações militares de Israel contra o Hamas. Ele destacou que essa quantidade de vítimas indica um problema significativo nessas ações.
No evento Reuters Next, o secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou preocupação com as violações cometidas pelo Hamas ao usar escudos humanos. No entanto, ele também ressaltou que algo está evidentemente errado quando se trata do número de civis mortos durante as operações militares.
Israel está empenhado em acabar com o Hamas, o grupo que governa a Faixa de Gaza, como resposta ao ataque em 7 de outubro, no qual militantes do Hamas mataram 1.400 pessoas e mantiveram mais de 240 reféns. Para atingir esse objetivo, Israel tem realizado ataques aéreos em Gaza, implementado um bloqueio e, mais recentemente, lançou uma invasão terrestre.
De acordo com as autoridades palestinas, o número de pessoas mortas já chegou a 10.569, sendo que 40% dessas vítimas são crianças.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, expressou a importância de fazer Israel compreender que não é do seu interesse ver constantemente a imagem desoladora das necessidades humanitárias do povo palestino. Guterres ressaltou que esse quadro não contribui para a opinião pública mundial favorável a Israel.
O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, fez uma comparação entre o trágico número de crianças mortas em Gaza e o número de vítimas fatais em conflitos em todo o mundo, pelas quais ele realiza relatórios anuais.
Guterres afirmou que o número de crianças mortas anualmente por qualquer um dos envolvidos em conflitos presenciados é, no máximo, algumas centenas.
“Nos últimos dias, houve uma alarmante quantidade de crianças mortas em Gaza, o que revela uma clara falha na forma como as operações militares estão ocorrendo”, afirmou ele.
A ONU lançou recentemente um relatório que aborda a questão das crianças em conflitos armados, com o objetivo de incentivar as partes envolvidas a adotarem medidas de proteção adequadas. No entanto, esse relatório tem sido objeto de controvérsia há algum tempo.
De acordo com informações, Israel tem exercido pressão nos últimos anos para evitar ser incluído nessa lista. O relatório apresenta uma lista que visa envergonhar as partes envolvidas em conflitos, na esperança de que elas se sintam compelidas a tomar medidas para proteger as crianças.
Essa lista tem sido um ponto sensível nas negociações diplomáticas, com alguns diplomatas argumentando que Israel tem buscado influenciar a ONU para não ser incluído. Essas alegações levaram a uma discussão intensa sobre a validade e imparcialidade desse documento.
Ao longo dos anos, o relatório tem sido alvo de críticas e debates acalorados, com diversas opiniões sendo apresentadas. Além disso, a inclusão ou exclusão de países específicos nessa lista tem sido motivo de disputa e debate nas negociações diplomáticas.
No entanto, a ONU mantém a posição de que é fundamental expor as violações dos direitos das crianças em conflitos armados e pressionar as partes envolvidas a adotarem medidas de proteção. A proteção das crianças em tempos de conflito é uma responsabilidade global.
Embora a controvérsia em torno desse relatório persista, é importante ressaltar que o seu propósito fundamental é promover a segurança e o bem-estar das crianças afetadas pelos conflitos armados em todo o mundo.
O próximo relatório está agendado para ser lançado no meio do próximo ano.