Quem aqui não se lembra da época entre 2015 e 2017, onde a gigantesca maioria das Rendas Fixas chegaram a pagar acima de 1% AO MÊS!!! Algumas, inclusive, atingiram a marca de cerca de 1,5% AO MÊS!!!
Realmente foi uma “Época de Ouro” para quem tinha dinheiro guardado, época essa que todos se lembram com muita alegria!
Mas como diz o ditado, “Nada dura para Sempre”…
De lá para cá, a taxa SELIC, que é a que Taxa Básica de Juros da Economia, estabelecida pelo Banco Central, e que norteia todas as aplicações de Renda Fixa no Brasil, iniciou um processo de queda do patamar que se encontrava, de 14,25% ao ano, em Agosto de 2016, de forma absolutamente ininterrupta, até chegar aos atuais 5,5%! Uma queda muito agressiva, de mais de 60%!
Uma aplicação que em 2016 tinha rendimento equivalente a 100% do CDI, chegou a pagar 1,1% ao mês. Essa mesma aplicação, hoje em dia não paga sequer 0,45% ao mês! E isso ainda sem retirarmos o Imposto de Renda!
Tal mudança absolutamente drástica nas remunerações das Aplicações em Renda Fixa tem levantado sérias dúvidas sobre o Futuro dessa forma de Investimento que é, de muito longe, a preferida de nós brasileiros! E como aplicação de Renda Fixa, incluímos todas elas: CDB´s, Tesouro Direto, LCA’s/LCI’s e, inclusive, a tão famosa Poupança!
A Poupança, inclusive, está numa situação quase vergonhosa! Enquanto em 2016 chegou a pagar mais de 0,75 ao mês, livre de Imposto de Renda, ou o equivalente a 9,5% ao ano, hoje em dia paga pouquíssimo a mais de 0,3% ao mês, ou o equivalente a nem sequer 3,8% ao ano.
Só para dar uma ideia, em 2016, o Investidor, sem fazer absolutamente nada, dobraria seu dinheiro em algo em torno de 7 anos e meio! Excelente, não? Hoje em dia, em compensação, se mantida essa situação, o Investidor levará mais de 18 anos (DEZOITO ANOS) para dobrar seu dinheiro!
Agora vamos à pergunta: É O FIM DA RENDA FIXA???
E a resposta é: NÃO!
Um ponto importante a se ressaltar é o seguinte: O principal motivo pelo qual o Brasil tinha taxas de Remuneração de Renda Fixa tão mais altas era porque o Mercado como um todo tinha uma desconfiança ENORME quanto à estabilidade econômica do País e quanto à habilidade do Governo de honrar seus compromissos no Longo Prazo!
Dessa forma, o Governo era obrigado a pagar taxas muito altas de juros (que nada mais é do que a taxa SELIC) para conseguir financiar sua dívida!
Após 2017, com a melhoria efetiva na percepção de risco por parte do Mercado frente à saúde econômica de longo prazo do Brasil, isso tendo ocorrido, em grande partem, devido às importantíssimas aprovações das Reformas Trabalhista e da Previdência, o Governo conseguiu passar a financiar a sua dívida a taxas muito melhores, reduzindo absurdamente o montante pago anualmente com Juros da Dívida, que é o segundo maior gasto do Orçamento Nacional, só perdendo para gastos com a Previdência!
Além disso, com a Economia muito mais promissora e com as contas equalizadas, a Inflação brasileira caiu severamente, vindo de patamares ridiculamente altos em 2016. So para vocês terem uma idéia, em 2016, a inflação média brasileira, foi de mais de 12% ao ano! Em Setembro de 2019, a inflação despencou para menos de 3% ao ano!
Mas você deve estar se perguntando? O que isso tem a ver com o Futuro da Renda Fixa?
E a resposta é simples: Do que adiantava você ter uma renda fixa pagando 14,25% ao ano, e quando se retirava o Imposto de Renda, ficava apenas 11,3% ao ano, se a inflação média era de 12% ao ano???
Sabendo que a Inflação nada mais é do que o índice de perda de poder de compra do consumidor, isso significava no fim, que o Rendimento DE FATO de sua aplicação era cerca de -0,7% AO ANO, ou seja, você NA REALIDADE PERDIA DINHEIRO, mesmo com valores de rendimentos aparentemente tão altos!
Na SITUAÇÃO ATUAL, com Inflação de menos de 3% ao ano, e SELIC a 5,5% ao ano, suas aplicações geram, líquido de IMPOSTO DE RENDA, e depois de descontada a Inflação, mais de 2% ao ano a mais do que geravam NO AUGE DA RENTABILIDADE em 2016!!!
Isso demonstra, claramente, o quanto é importantíssimo ficar atento ao que sobra de fato NO SEU BOLSO nas suas aplicações, e, principalmente, DESCONTANDO-SE A INFLAÇÃO! Pois, no fim, não importa o valor da sua conta subir 15%, se todos os seus gastos no mesmo período subiram 20%, não é mesmo???
Certamente, o Brasil ainda está no começo de um ajuste muito importante que nos dará muito mais boas possibilidades no Futuro, mas, o que podemos afirmar enfaticamente, como muito bem demonstrado nos números acima, é que, por mais incrível do que possa parecer, a Renda Fixa hoje está muito mais vantajosa do que estava em 2016/2017, e, inclusive, do ponto de vista da rentabilidade e das perspectivas do país como um todo, MAIS VIVA DO QUE NUNCA!