Todo mundo sabe bem que guardar dinheiro nunca é algo fácil, até porque boa parte de nós temos orçamentos muito apertados, então qualquer sobra de dinheiro é, geralmente, muito suada e fruto de um esforço que envolve a família toda, incluindo muitas vezes abrir mão de passeios, aquisições diversas, dentre outros, não é mesmo?
Depois de todo esse esforço, saber o local onde investir esse dinheiro então, é outra dificuldade bem grande, até porque, a impressão que fica é que os bancos que temos conta e nossos gerentes lá também não estão muito interessados em achar, de fato, as melhores aplicações disponíveis para nosso dinheiro!
Pensando nisso, criamos esse artigo que vai te ensinar as principais diferenças entre as 3 principais e mais famosas formas de Renda Fixa que existem no Mercado: Poupança, CDB e Tesouro Direto.
Antes de começarmos, é muito importante ressaltar que o Brasil tem uma cultura “rentista”, ou seja, estamos acostumados com Renda Fixa pagando taxas altas historicamente, o que acaba por nos deixar muito mal-acostumados com o valor nominal de rendimentos obtidos, ou seja, com o quanto o saldo do banco subiu numericamente.
Mas uma questão muito importante é que o Brasil também tem historicamente taxas de inflação altíssimas, chegando, nas décadas de 80 e 90, a índices que bateram a casa dos 2500% ao ano!!!
Atualmente, graças aos esforços feitos nos últimos anos no sentido de aumentar a percepção de solidez do mercado brasileiro, seja através das Reformas em curso, seja pela redução de fragilidades políticas históricas, o Brasil atingiu taxas de Inflação persistentemente baixas, taxas essas que há mais de 40 anos não se via por aqui!
Com isso, os Rendimentos das aplicações de Renda Fixa, ainda que NOMINALMENTE mais baixos do que em outros tempos, EM TERMOS REAIS, ou seja, descontando-se a Inflação, está em níveis bem altos!
Agora vamos às explicações sobre as características de cada tipo de Aplicação em Renda Fixa:
– Poupança: Também conhecidas como “Cadernetas de Poupança”, são a principal modalidade de Renda Fixa no Brasil, que inclusive é uma “invenção” brasileira.
Nenhum outro país do mundo tem algo parecido, tanto em termos de número de investidores, tampouco em robustez histórica. Ela foi concebida em 1861 pelo Imperador Dom Pedro II.
A proposta sempre foi captar dinheiro da população mais pobre, pagando em troca, uma taxa de juros que recompusesse a inflação e pagasse um rendimento extra ainda.
Quem define a rentabilidade da Poupança é o Banco Central, e ela está atualmente fixada em 70% do CDI+TR (taxa essa que se encontra zerada) e é ISENTA DE IMPOSTO DE RENDA. Essa é uma forma de aplicação que tem sido alvo de críticas devido à rentabilidade ligeiramente abaixo das outras formas disponíveis.
Certamente ela não paga muito, mas nos atuais níveis da taxa SELIC e do CDI, certamente a diferença e a facilidade de sacar o dinheiro tem de ser levado em conta.
– CDB´s: Essa é a forma de investimentos que tem ganhado força no mercado, especialmente dentro de instituições bancárias.
Ela é um título de Renda Fixa (Certificado de Depósito Bancário) emitido por um banco com o objetivo de captar dinheiro no mercado com o intuito de poder utilizá-lo em outras atividades bancárias (financiamentos, aquisições, etc.)
A remuneração dessa forma de investimento, em geral, usa como como referência o CDI, que é uma taxa relacionada com a Taxa SELIC, mas ligeiramente mais baixa. O CDI é a taxa que os bancos emprestam dinheiro entre si. Boa parte dos CDB´s tem remunerações na forma de % do CDI. Por exemplo: CDB do Banco X paga 100% do CDI, 95% do CDI, etc.
Dois detalhes muito importantes: O risco principal do CDB é ligado ao Banco que o emite, ou seja, se o banco falir ou tiver problemas, sua aplicação pode ter problemas, portanto, recomenda-se escolher bancos sólidos e de grande tradição para reduzir esse risco.
Outra questão importante diz respeito ao prazo de saque do CDB: no momento da contratação, se informe sobre isso, pois existem títulos de liquidez diária, ou seja, podem ser sacados a qualquer momento, mas a grande maioria é de prazos mais longos e caso você precise sair antes, pagará altas taxas para isso.
Um aspecto positivo no que diz respeito ao prazo é que quanto maior o prazo de saque, maior o rendimento pago pelo banco. Atualmente, dependendo do prazo, você consegue encontrar títulos pagando até 120% do CDI, então recomendamos avaliar isso também.
Tanto os CDB´s quanto a Poupança são garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito), até o limite de R$250mil por CPF.
– Tesouro Direto: de muito longe, os mais seguros do mercado, pois quem garante o título é o Tesouro Nacional, o que os coloca numa classe chama de “Risco Soberano”. Outro detalhe importante é que todos os títulos do Tesouro Direto podem ser sacados a qualquer momento (liquidez diária), mas há especificidades importantes
No Tesouro Direto existem basicamente 3 tipos de Títulos: Tesouro IPCA+, Tesouro Pré-Fixado e Tesouro SELIC. Os 2 primeiros podem variar de preço ao longo do tempo, e, dessa forma, se investidor sair antes do prazo de vencimento, podem ocorrer inclusive prejuízos, dessa forma precisam de um conhecimento mais aprofundado.
Já o Tesouro SELIC, é diretamente atrelado à taxa SELIC, e sua rentabilidade só oscila com ela, dessa forma, é a melhor opção para quem pretende ter baixo risco e rentabilidade constante.
Como você pôde observar, as opções são muitas, e em geral apresentam variações no que diz respeito ao risco envolvido, os prazos para saque e a rentabilidade. Convém a todos, verificarem com carinho cada um dos detalhes descritos acima para alinhar seus investimentos ao seu perfil de risco e aos prazos desejados.