A economia brasileira está em constante movimento, e o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de setembro traz importantes informações sobre a inflação no país.
Neste artigo, exploraremos detalhadamente os dados e tendências apresentados pelo IGP-10, destacando os principais fatores que moldaram essa variação.
A Dinâmica da Inflação
No mês de setembro, o IGP-10 apresentou um aumento de 0,18%, revertendo a deflação de 0,13% registrada em agosto. Esse resultado indica uma recuperação dos preços na economia brasileira, após um período de retração nos índices inflacionários.
Variação Anual e de 12 Meses
Ao analisar o desempenho do IGP-10 ao longo do ano, observamos que o índice acumula uma variação de -5,15%. Essa cifra reflete a pressão deflacionária que predominou nos primeiros nove meses de 2023.
No entanto, em uma perspectiva de 12 meses, a taxa de variação é de -6,35%, o que indica uma tendência de inflação moderada no período.
Comparação com Ano Anterior
É relevante ressaltar que, em setembro de 2022, o IGP-10 apresentou uma queda de 0,90%. Essa variação negativa contrasta com o atual cenário de recuperação dos preços.
Naquele período, o indicador acumulava um aumento de 8,24% em 12 meses, uma realidade distinta da taxa negativa observada agora.
O Impacto dos Combustíveis
André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV/Ibre, destaca que o principal impulso para a aceleração do IGP-10 em setembro veio dos combustíveis. É fundamental mencionar que o último aumento autorizado pela Petrobrás ocorreu em 16 de agosto.
Durante o período de apuração do IGP-10, os preços do diesel subiram 21,60%, enquanto os da gasolina avançaram 13,58%.
Esses aumentos exerceram uma influência significativa no índice, contribuindo com 0,80 ponto percentual para o aumento da variação do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA).
Análise Detalhada do IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo)
O IPA é um indicador que mede os preços no setor produtivo. Em setembro, esse índice registrou um aumento de 0,23%, revertendo a queda de 0,20% observada no mês anterior.
Ao analisar os estágios de processamento, os preços dos Bens Finais apresentaram uma variação de -0,14%, em comparação com -0,95% em agosto.
No contexto dos Bens Finais, o subgrupo dos combustíveis para o consumo se destacou, saindo de uma taxa negativa de -4,64% para um aumento de 9,34%.
Excluindo esse subgrupo, o índice de Bens Finais (excluindo alimentos in natura e combustíveis para o consumo) mostrou uma queda de 0,51% em setembro, após uma taxa de -0,32% no mês anterior.
Bens Intermediários e Matérias-Primas Brutas
O grupo de Bens Intermediários também registrou um aumento significativo, com uma variação de 1,14% em setembro, em comparação com a queda de -0,37% em agosto.
Nesse grupo, os combustíveis e lubrificantes para a produção tiveram um impacto relevante, com uma taxa que passou de 1,21% para 15,34%.
Excluindo esse subgrupo, o índice de Bens Intermediários (excluindo combustíveis e lubrificantes para a produção) apresentou uma queda de 1,11% em setembro, após uma redução de 0,62% no mês anterior.
Por outro lado, o grupo de Matérias-Primas Brutas apresentou uma variação negativa de -0,44% em setembro, comparado a uma alta de 0,79% em agosto.
Nesse contexto, os itens que se destacaram negativamente foram bovinos, soja em grão e leite in natura. Por outro lado, minério de ferro, mandioca/aipim e café em grão apresentaram variações positivas.
Análise do IPC (Índice de Preços ao Consumidor)
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,02% em setembro, após uma pequena queda de 0,01% em agosto. Quatro das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram aumentos em suas taxas de variação, incluindo Transportes, Habitação, Alimentação e Comunicação.
Os maiores contribuintes para esse movimento foram os itens gasolina, tarifa de eletricidade residencial, aves e ovos, e serviços de streaming.
Por outro lado, as classes de despesa Educação, Leitura e Recreação, Saúde e Cuidados Pessoais, Despesas Diversas e Vestuário tiveram decréscimos em suas taxas de variação.
INCC (Índice Nacional de Custo da Construção)
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma variação de 0,18% em setembro, mantendo-se próximo à taxa de 0,17% do mês anterior. Esse índice é dividido em três grupos: Materiais e Equipamentos, Serviços e Mão de Obra.