Começando a semana em alta, a Instacart recebeu diversos acenos positivos dos especialistas financeiros de Wall Street. Mesmo assim, os elogios não conseguiram impulsionar de maneira significativa o valor de suas ações no mercado.
A Maplebear, mais conhecida como Instacart e líder no serviço de entrega de alimentos nos EUA, tem enfrentado momentos de turbulência desde a sua estreia no mercado com a oferta pública inicial de ações.
Contudo, houve um ligeiro ressurgimento de 0,3% no valor de suas ações na segunda-feira (16), coincidindo com o término do período de silêncio que havia sido estipulado para analistas ligados à sua oferta pública.
Virada de Jogo Pós-IPO
Apesar de ter enfrentado um cenário desanimador durante seu IPO em setembro, com a ausência de recomendações favoráveis à compra de suas ações, a situação da Instacart começa a mostrar sinais de melhora.
Agora, a empresa apresenta nove indicações favoráveis à compra, sete opiniões neutras e uma recomendação negativa.
Com uma meta média de preço de ação situada em US$ 34,14, ela demonstra um desempenho superior ao seu recente valor de fechamento de US$ 25,57 e ao preço estabelecido durante o IPO, US$ 30, conforme detalhes fornecidos pela Bloomberg.
A Visão do Setor Financeiro
A equipe de analistas do JPMorgan, encabeçada por Doug Anmuth, passou a observar mais de perto as ações da Instacart e destacaram a sua “posição de liderança no mercado e vantagem tecnológica pioneira em uma categoria de crescimento secular, perfil de lucratividade saudável e potencial publicitário”.
Por sua vez, Mark Kelley, representando a Stifel, em sintonia com a Goldman Sachs, estabeleceu uma meta audaciosa de US$ 48 para o valor da ação.
Kelley reforça a ideia de que a Instacart posiciona-se como “uma das empresas mais bem posicionadas para beneficiar da contínua penetração online no mercado alimentar dos EUA.”
Publicidade: A Joia da Coroa da Instacart
Um dos segmentos que vem ganhando destaque e a atenção dos analistas é o braço publicitário da Instacart. Alexander Potter e Ben Johnson, da Piper Sandler, consideram esta seção como um verdadeiro “motor de lucratividade”, destacando-se dos demais competidores do mercado.
Além deles, Colin Sebastian, ligado à Baird Equity Research, apontou que este departamento da Instacart pode ser encarado como “um dos lançamentos de mídia de varejo de maior sucesso, talvez perdendo apenas para a Amazon.”
Desafios no Horizonte
Mesmo tendo um início promissor na bolsa, com um aumento de até 43% no valor de suas ações, a Instacart viu estes ganhos se dissiparem rapidamente.
Esta volatilidade gerou incertezas entre os investidores sobre o real potencial de crescimento da empresa no nicho de entregas de supermercado.
“Os desafios competitivos da indústria podem criar obstáculos para o crescimento sustentado da Instacart no longo prazo,” foi o alerta de Scott Devitt e Michael Gerbino, da Wedbush.
Um Olhar Otimista para o Futuro
Ainda com as adversidades, alguns especialistas mantêm uma visão otimista. Ronald Josey, do Citigroup, enxerga potencial para que a Instacart possa “reacelerar o crescimento à medida que reinveste na aquisição de clientes.”
Ele sugere que com a otimização dos processos e a introdução de novas soluções publicitárias, a empresa pode alcançar uma expansão mais robusta. Ele conclui enfaticamente que “o risco/recompensa é favorável nos níveis atuais, à medida que a Instacart se volta para a execução”.