O Banco do Japão tomou medidas para afrouxar ainda mais seu controle sobre as taxas de juros de longo prazo, ao ajustar sua política de controle do rendimento dos títulos mais uma vez nesta terça-feira. Essa decisão representa outro pequeno passo no sentido de desmontar o controverso estímulo monetário que foi implementado ao longo da última década.
Mesmo mantendo as taxas de juros em níveis extremamente baixos, o banco central decidiu flexibilizar seu limite de 1% sobre o rendimento dos títulos de dez anos, que havia sido estabelecido há apenas três meses. Essa flexibilização permitirá que os custos dos empréstimos de longo prazo aumentem ainda mais.
O conselho bancário, composto por nove membros, aumentou suas previsões de preços, indicando que a inflação será significativamente maior do que a meta de 2% para este e o próximo ano. Essa revisão mostra um aumento na confiança de que as circunstâncias estão se alinhando para a implementação gradual de uma política monetária mais restritiva.
Após a decisão, o iene perdeu valor em relação ao dólar, pois os investidores focaram na garantia do banco central de manter uma política monetária expansiva e na previsão de que a inflação ficaria abaixo de 2% até 2025.
“O presidente do banco central, Kazuo Ueda, afirmou em uma coletiva de imprensa após a decisão que ainda não existem evidências suficientes para nos sentirmos confiantes de que a inflação atingirá 2% de forma sustentável. Nesse sentido, ele destacou que não veem um grande risco de estarmos atrasados em relação à curva.”
De acordo com as expectativas, o Banco do Japão decidiu manter sua meta de -0,1% para as taxas de juros de curto prazo e a meta para o rendimento dos títulos públicos de dez anos em torno de 0%. Essas metas foram estabelecidas sob o controle da curva de juros.
No entanto, houve uma mudança na definição do limite de 1% para o rendimento de dez anos, que agora é considerado um “limite superior” flexível em vez de um teto rígido. Além disso, a promessa de garantir esse nível por meio de compras ilimitadas de títulos foi retirada.