Philip Lane, economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), afirmou que é necessário reduzir o tamanho do balanço patrimonial do banco central, mas ressaltou que não deveria voltar aos níveis observados nos primeiros anos de sua existência.
Essa declaração foi feita por Lane durante uma conferência realizada na quinta-feira. O economista explicou que o BCE precisará diminuir seu balanço patrimonial para manter a estabilidade financeira e garantir um ambiente econômico saudável. No entanto, ele também ressaltou que é importante não recuar para os padrões iniciais, pois foram adotadas medidas extraordinárias para enfrentar a crise financeira.
Lane destacou que o BCE teve que intervir de forma significativa durante a crise, a fim de garantir a liquidez do sistema financeiro europeu e estabilizar a economia da região. Essas medidas incluíram a compra de ativos, como títulos do governo, para injetar dinheiro na economia.
No entanto, agora é necessário iniciar o processo de redução desse balanço patrimonial inchado. Lane não deu detalhes específicos sobre como essa redução será feita, mas enfatizou que será um processo gradual e cuidadoso.
A redução do balanço patrimonial é importante para evitar riscos futuros e garantir a estabilidade econômica da região. Um balanço patrimonial muito grande pode levar a desequilíbrios e exposição a perdas financeiras.
Em resumo, Lane enfatizou a necessidade de diminuir o tamanho do balanço patrimonial do BCE, mas ressaltou que isso deve ser feito de forma gradual e cuidadosa, evitando retornar aos níveis observados nos primeiros anos de existência do banco central. Isso se deve ao fato de que medidas extraordinárias foram adotadas durante a crise financeira, e agora é preciso garantir a estabilidade econômica da região.
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou seu compromisso em desenvolver uma nova estrutura de controle dos juros de curto prazo até a primavera de 2024. Durante os últimos dez anos, o BCE implementou uma política de impressão de dinheiro intensiva, injetando cerca de 3,6 trilhões de euros no sistema bancário por meio de compras de títulos e empréstimos. Agora, o banco central busca reavaliar esse modelo e implementar medidas mais eficazes para o controle dos juros.
Agora, surge uma questão importante: qual deve ser o tamanho do seu balanço patrimonial de acordo com a nova estrutura e quais ativos devem ser incluídos nele.
“Na conferência, Lane afirmou que é esperado que o banco central mantenha um nível mais alto e instável de reservas em comparação com os níveis mais baixos que existiam antes da crise financeira global.”
“Apesar de estar abaixo do atual nível, o banco central deve manter um nível adequado de reservas no estado estável do ‘novo normal’ a fim de evitar os riscos relacionados a reservas muito escassas ou muito abundantes”, enfatizou.
A quantidade total de ativos de propriedade do BCE tem diminuído consideravelmente desde o seu auge, com uma redução de quase dois trilhões de euros. No entanto, mesmo com essa queda, o banco central ainda possui um total de sete trilhões de euros em ativos, o que está significativamente acima da faixa observada nos primeiros anos do BCE, que era de um a dois trilhões de euros.
Neste contexto, Lane defendeu a importância do “caminho do meio” para manter a disposição dos bancos comerciais em conceder crédito, apesar dos riscos relacionados aos ativos ilíquidos em um mundo cada vez mais suscetível a choques macrofinanceiros.
“De acordo com Lane, essas reservas serão supridas por meio de compras “estruturais” de títulos, bem como empréstimos de prazo mais longo a bancos, além das operações regulares de refinanciamento de curto prazo.”
Esses instrumentos seriam uma fonte de liquidez de longo prazo para o sistema bancário, visando diminuir a necessidade dos bancos de manter reservas como medida de precaução. A oferta desses instrumentos deve ser flexível, de modo a atender às demandas do mercado.
Lane também defendeu a posição de que o Banco Central Europeu (BCE) deve manter-se receptivo a aumentos sustentados em seu balanço patrimonial caso as taxas de juros voltem aos níveis mais baixos alcançados antes da pandemia, um desafio que marcou a década anterior ao surto do vírus.