Empresas de destaque no Brasil, como Petrobras, JBS, Minerva e Aegea, ao olharem para 2023, voltaram seus olhos para a emissão de bonds nos Estados Unidos.
Esse movimento resultou na captação de um montante notável de US$ 3,65 bilhões. Por trás dessa estratégia, existe um fator de agilidade, como aponta Lucas Sacramone da XP Investimentos: “Aqui, a empresa leva de um a dois meses para colocar papéis na rua, enquanto nos EUA o prazo cai para 10 ou 15 dias”.
A Crescente Atratividade dos Bonds pelos Juros
A paisagem financeira americana tem mostrado um crescimento nos juros, o que inevitavelmente impacta no mundo dos bonds. “Os títulos estão sendo negociados a taxas historicamente elevadas.
Assim, o investidor tem a chance de adquirir papéis com uma rentabilidade interessante”, destaca Vitor Wolfgram, da Levante Corp.
Isso é evidente quando observamos empresas como Marfrig e Aegea, que oferecem juros de 8,875% e 9% ao ano, respectivamente.
A Balança entre Bonds Americanos e Debêntures Brasileiras
No Brasil, as debêntures ainda são uma opção robusta, prevendo taxas em torno de 16% ao ano para 2023. No entanto, a lacuna entre as taxas dos EUA e do Brasil está se estreitando, em um momento em que vemos a Selic em trajetória de queda e um clima de estabilidade nos juros americanos.
Os Pontos Fortes dos Bonds
Investir em bonds tem suas vantagens claras:
- Blindagem Financeira: Kaique Fonseca, da A7 Capital, sublinha a necessidade de diversificação. “É prudente ter investimento fora do país local, o passado nos mostra isso, principalmente em países emergentes”.
- Compromisso a Longo Prazo: Diferentemente de muitos instrumentos financeiros, os bonds oferecem maturidades que podem estender-se por décadas, prometendo retornos estáveis.
- Fluidez no Mercado dos EUA: A profundidade e a amplitude do mercado americano conferem aos bonds uma liquidez que muitas vezes falta às debêntures no Brasil.
Os Pormenores a Considerar
Cada investimento vem com seus próprios conjuntos de detalhes a serem considerados. “O investidor de varejo (pessoas físicas) tem acesso a muitos produtos isentos de Imposto de Renda no mercado local. É preciso fazer as contas para saber se os bonds estão pagando melhor, de fato”, pontua Sacramone.
A Dupla Face: Oportunidades e Riscos
Todos os investimentos têm seus dois lados. Leandro Petrokas, da Quantzed, nos faz recordar isso ao apontar os riscos associados aos bonds, que ecoam os das debêntures. O risco de crédito e o risco de liquidez podem ser agravados em tempos de turbulência no mercado de crédito.
Adentrando o Mundo dos Bonds
Para os que veem valor nos bonds, o caminho começa com uma conta em uma corretora estrangeira. Além disso, há considerações tributárias importantes, com impostos aplicados em lucros acima de R$ 35 mil e o IOF para investimentos de curto prazo.