Em um novo desdobramento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados, que está debruçada sobre supostos esquemas de pirâmide financeira envolvendo criptoativos, foi aprovada a quebra de sigilo bancário de figuras públicas notórias.
Cauã Reymond, Tatá Werneck e Marcelo Tas estão na mira da CPI por terem endossado a Atlas Quantum em campanhas publicitárias.
A empresa, segundo as investigações, está envolvida em fraudes que totalizam R$ 7 bilhões, afetando aproximadamente 200 mil investidores.
Sessão Tensa na CPI
Em uma sessão que avaliou mais de 25 requerimentos, os nomes das celebridades atraíram os holofotes, culminando em um acalorado debate entre os deputados.
A decisão de convocar os famosos foi apoiada pela maioria, embora eles tenham sido dispensados de comparecer graças a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante a sessão, o deputado Glauber Braga (Psol-RJ) se manifestou contra a medida.
“A CPI deveria pedir primeiro que os advogados encaminhassem os contratos”, ele propôs. No entanto, o presidente da CPI, Áureo Ribeiro (SDD-RJ), destacou a responsabilidade dos artistas em promover uma empresa sem regulamentação.
“Pessoas depositaram seus sonhos nessa empresa, alguns até se suicidaram”, ressaltou.
O clima esquentou ainda mais quando Braga ameaçou obstruir a sessão, levando a trocas de acusações entre ele e Áureo. Após uma votação simbólica, o requerimento foi aprovado, com Braga sendo o único voto contrário.
Outras Decisões da CPI
Não foram apenas as celebridades que estiveram no centro das atenções. A CPI também deliberou sobre a quebra dos sigilos da própria Atlas Quantum e da empresa MSK Invest, bem como de indivíduos associados a esta última: Glaidson Tadeu Rosa, Saulo Gonçalves Roque, Fernando Fernandes Gomes e Carlos Eduardo de Lucas.
Diversas outras empresas e indivíduos foram convocados para depor, incluindo o ex-deputado estadual Arthur do Val, mais conhecido como “Mamãefalei”. Ele foi citado devido a um vídeo de 2018 onde elogiava a Atlas Quantum.