A empresa Natura&Co (NTCO3) divulgou seus números na noite de segunda-feira (13) com resultados mistos. O balanço mostrou um prejuízo consolidado 43% mais alto em comparação ao ano anterior, totalizando R$ 935 milhões.
As ações da empresa registraram queda de 3,51%, sendo negociadas a R$ 16,79, na abertura do pregão desta terça-feira.
Segundo o Morgan Stanley, as tendências apresentadas pela empresa foram mistas, com impacto negativo da Avon Internacional e dos efeitos da implementação da Onda 2 (parte do processo de reestruturação da Natura & Co).
O lucro líquido continuou sob pressão, em parte devido aos efeitos na Argentina.Baixe uma lista com 11 ações de Small Caps que, de acordo com especialistas, possuem potencial de crescimento nos próximos meses e anos.
No aspecto positivo, destaca-se o crescimento de dois dígitos da Natura Brasil. Mesmo com alguns indicadores mais favoráveis, como o Ebitda ajustado 4% mais elevado em base anual, o banco estrangeiro mantém uma visão neutra em relação à empresa.
As receitas da empresa na América Latina tiveram uma queda, porém superaram as estimativas do Morgan em 5%, devido a efeitos cambiais mais favoráveis. O principal detrator do balanço foi a Avon Internacional, que apresentou uma redução de 16% em suas receitas em relação ao ano anterior.
Na margem Ebitda, a diferença entre o valor apresentado e o estimado pelo consenso foi de 130 pontos-base.
“Os itens abaixo da linha (incluindo a Argentina) impactaram a lucratividade, e a Natura passou a ter dívida líquida sazonal no 1T, enquanto os comentários estratégicos da Fase 2 foram mais construtivos, e esperamos um retorno ao caixa líquido no final do ano”, comentou o banco.
A Natura continua em um bom caminho em direção à integração da Avon na América Latina, conforme análise do JPMorgan. Ainda assim, as tendências no cenário internacional e alguns fatores negativos no balanço, como impostos e despesas não recorrentes, foram vistos de forma desfavorável pelo banco.
O balanço foi marcado por um sólido crescimento da marca Natura Brasil, melhores tendências na América Latina e melhores números de fluxo de caixa livre, segundo o JPMorgan.
“Esperamos que essas melhorias nos números, juntamente com os comentários construtivos da administração sobre a Fase 2, principalmente em relação à estabilização da receita da Avon no segundo semestre, sejam bem recebidos pelo mercado.
Ainda assim, não acreditamos que as ações reajam positivamente aos resultados, devido às informações limitadas sobre a separação internacional da Avon”, avaliou o banco estrangeiro.Leia também:Confira o calendário de resultados do 1º trimestre de 2024 da Bolsa brasileira.
A temporada de balanço do 1º trimestre está em alta: em quais ações e setores ficar de olho?Separação da AvonA administração mencionou que as perdas na Argentina afetaram os lucros.
A consolidação na América Latina faz parte da Onda 2 e, excluindo os efeitos contábeis da Argentina, a região apresentou melhoria na rentabilidade. “Os resultados que estamos obtendo nos levam a crer que estamos no caminho certo para a América Latina”, comentou o CFO, Guilherme Castellan.
No Brasil, a atividade e produtividade permaneceram sólidas, com destaque para a harmonização dos prazos de entrega. A base de consultoras ainda é baixa, mas com estabilidade na comparação trimestral.”Continuamos avançando no processo de possível separação da Avon”, disse Fabio Barbosa, CEO da empresa.
O executivo reforçou que espera concluir o processo de estudos em poucos meses e que novidades serão divulgadas. “Nossa estratégia é que ambas as unidades sejam viáveis”, afirmou Barbosa.