Em meio às incertezas geradas pelo conflito entre Israel e Hamas e suas possíveis repercussões no mercado petrolífero, o Citi demonstra uma postura otimista quanto ao potencial das empresas de energia, especialmente nos EUA e Europa.
A recente análise do banco sugere que, nestes tempos tumultuados, as ações destas companhias poderiam servir como uma segura “fonte de renda”, além de proporcionar uma defesa robusta contra as oscilações inflacionárias e choques diversos.
O Jogo Delicado da Oferta Petrolífera
Segundo o Citi, a decisão da OPEP de limitar sua produção, em oposição ao aumento da produção dos EUA, aponta que investir em ações de produtoras de energia, principalmente das regiões americana e europeia, poderia se traduzir em um acréscimo “valioso para o portfólio”.
Não se pode ignorar, no entanto, outros aspectos que moldam o cenário petrolífero. Com a sombra de possíveis sanções pairando sobre o Irã e a Rússia, responsáveis juntos por um significativo 15% da oferta mundial, os efeitos em mercados globais podem ser expressivos se estas sanções se estenderem.
“O abastecimento mundial de petróleo apresenta tanto ‘risco de concentração’ como risco geopolítico e político substancial”, reiterou a instituição.
Mercados Globais e a Calmaria na Tempestade
Face às crescentes tensões no Oriente Médio, a reação mundial, segundo o Citi, tem sido admiravelmente reservada. A grande sacada, de acordo com o banco, é que as grandes movimentações de mercado geralmente são guiadas por fatores que causam impactos profundos nas economias, seja a nível regional ou mundial.
“O que move os mercados são os acontecimentos que catalisam um ponto de virada nas economias regionais ou na economia global.
90% dos eventos geopolíticos chocantes da história desde a Segunda Guerra Mundial não causaram um colapso na economia mundial. O impacto econômico da maioria dos conflitos é regional”, elucidaram.
Este panorama pode ser percebido também nos preços do petróleo, que, após uma escalada inicial, agora mostram sinais de estabilidade.
Avaliação dos Protagonistas do Conflito
O time de análise do Citi fez um apontamento interessante: Israel e Irã parecem não ter um apetite imediato por uma escalada em suas hostilidades. Esta conclusão foi baseada em consultas com especialistas militares e políticos de destaque.
Foi destacado que a disposição de Israel em conduzir guerras em múltiplos cenários é “limitada”, e que o Irã possui “razões políticas e práticas para não provocar um conflito ainda mais amplo”.
O Papel dos EUA no Palco Internacional
Os Estados Unidos têm desempenhado um papel ativo na atual dinâmica, especialmente no que tange ao suporte oferecido a Israel. Segundo o Citi, esta assistência não é apenas militar, mas vem acompanhada de esforços diplomáticos, buscando confinar o escopo e a extensão do confronto armado.