A confiança do consumidor no Brasil sofreu uma queda significativa em outubro, interrompendo um período de quatro meses de melhora contínua. Essa queda pode ser reflexo da desaceleração econômica atual e das preocupações em relação ao mercado de trabalho, conforme apontam os dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira.
Segundo dados do Índice de Confiança do Consumidor (ICC), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), houve uma queda de 3,8 pontos em outubro, chegando a 93,2 pontos. Esse é o menor nível registrado desde junho, quando o índice estava em 92,3 pontos.
Em outubro, tanto a avaliação atual quanto a expectativa para os próximos meses pioraram. O Índice de Situação Atual (ISA) registrou uma queda de 0,7 ponto, atingindo 82,5 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) caiu 5,8 pontos, chegando a 100,9 pontos.
De acordo com a FGV, a queda da confiança no último mês foi especialmente influenciada pelo componente do índice geral que avalia o otimismo em relação à situação econômica futura. Esse componente registrou uma baixa de 6,0 pontos, atingindo o valor de 111,2 pontos, o menor desde novembro de 2022, quando a marca alcançada foi de 110,6 pontos.
Anna Carolina Gouveia, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), afirmou que as expectativas foram ajustadas do Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da “zona de otimismo” para a “zona de neutralidade”. Esse ajuste pode estar relacionado à desaceleração dos setores econômicos e possivelmente indica uma preocupação com a continuidade da resiliência do mercado de trabalho.
Segundo ela, “o cenário negativo está presente de forma generalizada em todas as variáveis, classes de renda e capitais, o que nos faz acender um sinal de alerta”.
A economia brasileira apresentou um desempenho bastante positivo nos primeiros seis meses do ano, no entanto, há previsões de desaceleração da atividade econômica nos próximos meses. Isso se deve aos efeitos defasados da política monetária restritiva adotada pelo Banco Central.