No interior de São Paulo, na Usina Bonfim, em Guariba, a Raízen (RAIZ4) está prestes a inaugurar uma nova unidade de produção de etanol de segunda geração (2G).
Este investimento de aproximadamente R$ 1,2 bilhão é mais um marco na jornada da Raízen em direção a uma produção de biocombustíveis mais sustentável. A nova fábrica terá uma capacidade impressionante de 82 milhões de litros de etanol por ano.
Etanol 2G: Sustentabilidade e Eficiência
O etanol de segunda geração, também conhecido como etanol celulósico, é produzido a partir de resíduos da cana-de-açúcar, como palha e bagaço.
Esse processo envolve etapas de hidrólise enzimática, fermentação e destilação. O grande destaque desse biocombustível é sua pegada ambiental reduzida, emitindo até 15 vezes menos carbono na atmosfera em comparação com o etanol de primeira geração.
A Raízen e sua Visão Sustentável
A Raízen, sendo a maior empresa sucroalcooleira do mundo, vê o etanol 2G como peça fundamental em sua estratégia de transição energética global.
Segundo Ricardo Mussa, CEO da empresa, esta é apenas uma das várias unidades 2G em planejamento. Até a safra 2030/31, a empresa planeja ter 20 unidades operando.
O Impacto Positivo do Etanol 2G
A produção de etanol celulósico não apenas aproveita resíduos que de outra forma seriam descartados, mas também contribui significativamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Isso não apenas reduz o desperdício de recursos naturais, mas também contribui significativamente para a mitigação das mudanças climáticas.
Perspectivas de Lucratividade e o Mercado de Açúcar
Apesar dos desafios iniciais enfrentados pelo etanol 2G, a Raízen está confiante em sua futura lucratividade. Espera-se que a partir da safra 2025/26, o etanol celulósico comece a gerar caixa de forma expressiva, ajudando a financiar os novos investimentos previstos até 2030/31.
Além disso, o mercado de açúcar apresenta-se favorável, com preços elevados nos mercados doméstico e internacional.
A Índia, o segundo maior exportador global de açúcar depois do Brasil, reduziu sua produção estruturalmente, priorizando a produção de etanol. Problemas climáticos também afetaram a oferta indiana, prolongando a alta dos preços.
As Ondas de Evolução no Setor Sucroalcooleiro
O setor sucroalcooleiro passou por diversas fases de evolução. A primeira onda foi marcada pela produção de açúcar e etanol de primeira geração (1G), seguida pela geração de energia elétrica a partir do bagaço de cana (a segunda onda).
A terceira onda inclui o etanol 2G e o biogás, enquanto a quarta onda já está em formação, trazendo produtos avançados como SAF (combustível de aviação), hidrogênio verde, bioplásticos e amônia verde.
A Raízen e sua Visão Futurística
A Raízen está comprometida com a sustentabilidade e a inovação, liderando a transição para energias renováveis e soluções de baixo carbono.
A empresa encerrou o primeiro trimestre da safra com uma receita líquida de R$ 48,8 bilhões, concentrando seus esforços no crescimento sustentável no setor de biocombustíveis e energias renováveis.