
Esse crescimento no consumo de proteína animal reflete uma recuperação do poder de compra dos brasileiros, impulsionada pelo aumento do salário mínimo, programas sociais e uma leve desaceleração da inflação alimentar em determinados períodos de 2023. A carne, historicamente vista como um termômetro econômico, volta a estar mais presente no prato da população.
A ascensão das proteínas vegetais no Brasil
Apesar do aumento no consumo de carne, o mercado de proteínas vegetais também apresentou crescimento expressivo. Segundo a pesquisa, 39% dos entrevistados relataram ter consumido proteínas de origem vegetal ocasionalmente em 2023, demonstrando uma maior diversificação dos hábitos alimentares.
Os frigoríficos brasileiros estão atentos a essa tendência e vêm expandindo suas estratégias para incluir produtos “plant-based”, visando atender tanto consumidores flexitarianos quanto aqueles que optam por dietas mais equilibradas entre proteínas animais e vegetais.
De acordo com Camila Lupetti, especialista de dados do GFI, a motivação para o consumo de alimentos no Brasil ainda é guiada principalmente pelo preço e pelos benefícios à saúde. Em contrapartida, na Europa, o fator decisivo para a adoção de proteínas alternativas está mais ligado à preocupação ambiental.
Crescimento do mercado de carnes e substitutos vegetais
Os dados da Euromonitor International reforçam essa tendência. Em 2023, a indústria de carne processada no Brasil cresceu 13,2%, alcançando R$ 11,44 bilhões, enquanto globalmente o setor registrou um crescimento de 6,5%, totalizando US$ 201,22 bilhões.
Já o mercado de substitutos vegetais também demonstrou forte expansão. No Brasil, o setor cresceu impressionantes 38,1%, atingindo R$ 1,13 bilhão, enquanto no mercado global o crescimento foi de 10,2%, totalizando US$ 6,36 bilhões.
Perspectivas para o setor alimentício
O aumento no consumo de carne bovina no Brasil reflete uma melhora no poder aquisitivo de parte da população, enquanto o crescimento expressivo do setor de proteínas vegetais indica uma diversificação nas escolhas alimentares.
Para os próximos anos, a tendência é que as grandes indústrias frigoríficas e empresas do setor alimentício continuem investindo em alternativas para atender a diferentes públicos, equilibrando qualidade, preço e inovação. Com o avanço da tecnologia e mudanças no comportamento do consumidor, tanto as carnes tradicionais quanto os produtos à base de plantas devem coexistir e crescer no mercado brasileiro.