Embora titãs do setor de livrarias, como Saraiva e Cultura, tenham fechado suas portas em meio a desafios financeiros e transformações de mercado, novos players estão emergindo. Eles estão redefinindo o cenário das livrarias, aprendendo com as falhas do passado e aproveitando as oportunidades presentes.
O Renascimento do Mercado de Livros
Redes como Leitura, Travessa e Livraria da Vila estão mostrando que, mesmo em tempos difíceis, é possível prosperar.
A retração dos grandes nomes do mercado criou um espaço que essas empresas estão ansiosas e aptas a preencher. Muitas dessas novas livrarias têm encontrado seus lares nos exatos espaços anteriormente ocupados por Saraiva e Cultura.
Leitura: Uma Trajetória de Crescimento Impressionante
A Leitura tem brilhado no cenário atual, se estabelecendo como uma das líderes no setor. Com um total de 102 lojas em todo o Brasil, e com planos ambiciosos de expansão, a rede está determinada a deixar sua marca.
Seu presidente, Marcus Teles, mostra otimismo sobre a expansão em São Paulo: “Está sobrando espaço em São Paulo e nossa expansão tem sido muito lá”.
Expansão Estratégica: Travessa e Livraria da Vila
Travessa e Livraria da Vila, embora menores que a Leitura, também têm seus próprios contos de sucesso. Com uma abordagem focada mais na qualidade da experiência do cliente do que na presença digital, ambas têm visto um crescimento estável nos últimos anos.
Desafios Digitais: A Sombra da Amazon
A chegada da Amazon no mercado brasileiro de livros teve um impacto indelével. Para algumas grandes redes, competir com os preços agressivos e descontos da Amazon provou ser um desafio demais.
No entanto, outros, como a Livraria da Travessa, têm adotado abordagens diferentes. Rui Campos, sócio da Travessa, reflete sobre a natureza orgânica de sua estratégia:
“Quando me perguntam pelo projeto, qual é o plano de expansão da Travessa, eu digo assim: não temos. É uma coisa que a gente vai fazendo na medida que surjam oportunidades”.
Redefinindo o Conceito de Livrarias
O conceito tradicional de livrarias – grandes espaços em shoppings e centros comerciais – está sendo questionado.
Com o aumento da presença online e a mudança nos hábitos de consumo, muitos estão percebendo a importância da experiência do cliente. Samuel Seibel, da Livraria da Vila, destaca a importância das lojas físicas:
“É a grande vitrine do mercado. Sem a livraria física, esses livros acabariam perdidos em meio a tantas outras ofertas nos sites. O leitor não teria sensibilidade a eles”.
Investindo no Futuro: Aposta da Livraria da Vila
O crescimento de 6,1% no mercado editorial brasileiro em 2019 foi um indicativo positivo para muitos. A Livraria da Vila foi uma das que capitalizou essa tendência, embarcando em uma jornada de expansão. Seibel, representando a Vila, compartilha algumas observações:
“Existem pessoas que compram só o jogo, mas a maior parte não deixa de levar o livro, principalmente quando está lá com a criança”.
Focando na Juventude: O Futuro dos Leitores
A crescente demanda por literatura juvenil e infantojuvenil tem sido notável. Seibel reforça essa tendência: “Os títulos para esse público começaram, nos últimos três a quatro anos, a crescer muito”.
Esta tendência reforça a importância de cultivar e nutrir a próxima geração de leitores, garantindo a continuidade da cultura literária.