Muitos dizem que não conseguem gerenciar sequer o dinheiro das suas casas para conseguir tirar o melhor proveito dele, quem dirá passar para outra pessoa, a responsabilidade por gerir o seu capital!
O que pouca gente sabe, é que existem por aí, centenas (senão milhares) de “pessoas” gerindo o dinheiro de milhões de pessoas, AO MESMO TEMPO. Essas “pessoas”, inclusive, chegam a ter sob sua custódia, R$100milhões, R$1bilhão ou até mais que isso!
Você sabe quem são essas “pessoas”???
São os responsáveis pela gestão de uma parte extremamente relevante do Mercado Financeiro: os chamados “Fundos de Investimento”!
Esses Fundos são, de forma resumida, um tipo de investimento ou aplicação financeira muito comum no país, que engloba em sua carteira, diversos tipos de ativos, dependendo de sua configuração: Títulos Públicos, Debêntures (títulos de dívida privada), Ações, Títulos de Renda Fixa e, inclusive, cotas de outros Fundos.
De forma figurada, Fundos de Investimentos funcionam quase como um condomínio, onde cada morador representa uma cota do Fundo, e escolhem alguém para gerir o condomínio (gestor do fundo, no papel do síndico). No caso do fundo, o gestor ao invés de cuidar dos funcionários do condomínio, jardinagem, manutenção, ele tem o papel de mover esforços para conseguir o máximo de rentabilidade possível para os cotistas, dentro de regras estabelecidas no Regulamento do Fundo, regras essas que tem de ser atendidas integralmente sob pena do gestor ser judicial e financeiramente responsabilidade.
Como pôde ser percebido, a estruturação dos Fundos é algo muito profissionalizado, e em geral, pautado em uma política de remuneração por desempenho e/ou eficiência em atender os interesses dos cotistas.
Para esse fim, os Fundos podem ser remunerados de 2 principais formas:
– Taxa de Administração, que é a mais comum de todas, onde cada fundo estabelece um valor percentual anual que cobrará sobre o montante total administrado para gerir tal capital. Em geral, essa taxa varia de 0,5% a 2,5%, dependendo da gestora, do tipo de fundo e das características do mesmo.
– Taxa de Performance, que é uma taxa mais comum em tipos específicos de fundos que detalharemos à frente, onde é cobrado um percentual sobre a rentabilidade que exceder o desempenho mensal de um índice de Referência. Supondo que a referência seja o CDI, que naquele mês foi 0,4%, tudo que o fundo conseguir de performance acima desse valor, excluindo-se a administração, incidirá uma taxa de performance, que costuma varia de 15% a 25%.
Uma informação muito importante: para uma pessoa poder ser Gestor de Investimentos no Brasil, ela precisa ser credenciada pelo Órgão Regulador, no caso a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e apresentar relatórios diários a esse órgão no sentido de ser constantemente monitorado e fiscalizado sobre seus procedimentos. Essa é uma forma bastante restritiva de impedir que Gestores não qualificados ou que estejam descumprindo o Regulamento de seus fundos, exerçam tal função.
Agora vamos aos principais tipos de Fundos de Investimento:
– Fundos de Renda Fixa: são fundos compostos por, no mínimo, 80% de títulos de Renda Fixa diversos. Os demais 20% pode ser alocados em outros tipos de ativos, buscando incrementar ligeiramente a rentabilidade final do fundo. Esse é o Tipo de fundo mais indicado para pessoas que tem perfil mais CONSERVADOR.
– Fundos Imobiliários: também conhecidos como FII´s, são aqueles que possuem em sua custódia, ativos do setor imobiliário. Geralmente, compostos por Prédios comerciais, Shopping Centers, Prédios industriais, etc. E seu rendimento vem tanto pela valorização das cotas quanto pelo pagamento mensal de rendimentos aos cotistas oriundos de aluguéis desses imóveis. São fundos focados em maiores rentabilidades, e dessa forma, tem perfil de risco mais alto, voltado, portanto para Investidores de perfil MODERADO A AGRESSIVO.
– Fundos de Ações: é um fundo em que pelo menos 67% de todo patrimônio fica alocado em ações e cotas de fundos de ações. Por se tratar de um fundo focado em investir em ações para obter rentabilidades potencialmente altas, isso também configura um Risco Alto, e, portanto, só é indicado a Investidores com PERFIL AGRESSIVO.
– Fundos Multimercado: é tipo de fundo mais flexível do Mercado, e exatamente por isso, o tipo de Fundo com maior diversidade de opções. Nesse fundo, o gestor basicamente pode possuir em carteira, qualquer classe de ativos, e em qualquer proporção, desde que atendidos os critérios estabelecidos nos Regulamentos. Também é direcionado, em geral, para Investidores de PERFIL AGRESSIVO.
– Fundos Cambiais: São fundos que tem por objetivo, obter rendimentos de acordo com a oscilação de uma cesta de moedas estrangeiras determinadas em seu Regulamento. Em geral, moedas importantes como Dólar e Euro, mas podem ser outras, e a composição da carteira se dá, em geral, na forma de Títulos Públicos dos países relacionados às moedas previstas. Exemplo: Título Público dos EUA para acompanhar o dólar. Esse tipo de Fundo também é direcionado a Investidores de PERFIL AGRESSIVO.
Independentemente do tipo de Fundo escolhido, é bom ressaltar que o desempenho varia muito de Fundo para Fundo, dependendo da forma com que o Regulamento é estabelecido, e de acordo com que o Gestor gerencia o portfólio de investimentos. É absolutamente crucial verificar em detalhes o Histórico de Desempenho do Fundo, a Composição da Carteira, as Taxas cobradas além, obviamente, do tipo de Fundo que se quer aplicar seu dinheiro frente ao seu perfil de Risco, antes de efetivamente fazer o seu aporte. Só assim você conseguirá propiciar um melhor controle e obter os melhores resultados ao longo do tempo do seu capital investido.