Após três dias em alta, o dólar à vista teve uma queda contra o real na sexta-feira, refletindo mudanças no cenário internacional. Os dados recentes sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos aumentaram as expectativas de que o Federal Reserve talvez não aumente mais os juros em 2023.
Cotações do Dólar à Vista e Comercial
O dólar à vista terminou o dia em 4,8748 reais na venda, com uma queda de 0,51%, enquanto o comercial fechou em baixa de 0,48%, a 4,875 reais na compra e na venda. A moeda norte-americana fechou a semana com uma alta de 3,03%.
Movimentações na B3
Na B3, às 17:14 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento estava em queda de 1,03%, a 4,8930 reais.
Altas e Baixas da Sessão e Dados dos EUA
A moeda norte-americana à vista chegou a subir contra o real no início do dia, continuando a tendência do dia anterior. Na máxima da sessão, às 9h01, foi cotado a 4,9206 reais (+0,43%).
Contudo, o cenário mudou com a divulgação dos dados de emprego nos EUA às 9h30. Os números informaram que a economia dos EUA gerou 187 mil postos de trabalho em julho, abaixo das expectativas.
Análise dos Resultados de Emprego
Mesmo mostrando ganhos salariais fortes, esses resultados aumentaram as dúvidas sobre a necessidade de uma nova elevação de juros pelo Federal Reserve neste ano.
O dólar à vista então migrou para terreno negativo, alinhando-se com a perda de força da moeda norte-americana contra outras moedas fortes e emergentes no exterior.
Reação do Mercado no Brasil
No Brasil, a queda da moeda foi acentuada pelo fato de o dólar ter subido quase 2% no dia anterior, influenciado pela decisão de política monetária do Banco Central, que cortou a Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano.
“O movimento no câmbio é exacerbado por conta da forte desvalorização que o real teve ao longo da semana. Então, isso abriu espaço para uma realização de lucros hoje (sexta-feira), com forte valorização do real”, disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho.
Visão do Dólar no Exterior
No exterior, no fim da tarde, o dólar continuava em queda contra moedas fortes e em relação a moedas de emergentes ou exportadores de commodities. O índice do dólar caía 0,42%, a 102,020.
Perspectivas Futuras
José Faria Júnior, diretor da consultoria Wagner Investimentos, comentou que o índice do dólar só cairá de fato “quando o mercado entender que o Fed parou mesmo de subir juros”.
Nesse caso, segundo ele, o dólar poderá alcançar novas mínimas contra o real. Contudo, ele também observa o processo de corte de juros no Brasil e as possíveis ações futuras do Fed, o que pode trazer incertezas ao dólar no futuro próximo.