Apesar de um começo robusto influenciado pela busca por proteção nos mercados internacionais, o dólar no Brasil desacelerou seu avanço durante a tarde.
A moeda americana fechou quase inalterada à medida que investidores decidiram aproveitar os lucros recentes e exportadores venderam moeda devido às cotações elevadas.
O dólar fechou a terça-feira em 4,8983 reais, apresentando uma ligeira alta de 0,04%.
Comportamento dos Contratos Futuros na B3
Até as 17:18 (hora de Brasília), o contrato futuro de dólar com vencimento mais próximo estava em queda de 0,05%, cotado a 4,9190 reais.
O contexto internacional, particularmente os dados desanimadores da balança comercial chinesa, impulsionou o dólar no início do dia, prejudicando as moedas de países exportadores de commodities, incluindo o Brasil.
Balança Comercial Chinesa: Dados Desapontadores
Os números da China indicaram uma queda nas importações de 12,4% em julho, ano a ano. Isso contrastou com a previsão de queda de 5% da pesquisa da Reuters e com o declínio de 6,8% registrado em junho. Além disso, as exportações chinesas diminuíram 14,5%.
Pressões Externas Sobre o Mercado
O clima foi agravado por decisões da Moody’s de rebaixar as classificações de crédito de vários bancos menores nos EUA. Além disso, há indicações de que a agência de rating poderia fazer o mesmo com instituições maiores.
Também pesaram no mercado a implementação de um imposto sobre os lucros dos bancos italianos e as taxas de inflação percebidas como altas na Alemanha. Diante deste cenário, o dólar alcançou sua máxima de 4,9415 reais (+0,93%) no início do dia.
Posicionamento do Banco Central Brasileiro
Conforme divulgado na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), a taxa Selic foi reduzida em 0,50 ponto percentual na semana anterior, fixando-se em 13,25% ao ano.
O comitê afirmou que vê como “pouco provável uma intensificação adicional do ritmo de ajustes”, uma vez que isso exigiria “surpresas positivas substanciais”.
Mudanças à Tarde e Comentários do Setor
Durante a tarde, o cenário sofreu alterações. Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora, comentou sobre a dinâmica: “A alta do dólar ante outras divisas no exterior diminuiu, e os preços de algumas commodities também melhoraram.
Por aqui, houve fluxo de exportadores, que venderam moeda aproveitando as cotações mais altas, e alguns investidores comprados aproveitaram para realizar lucros”.
Cenário Geral e Ações do BC
Ao final do dia, o dólar continuou a se destacar positivamente em relação a outras moedas fortes e praticamente todas as moedas emergentes ou de países exportadores de commodities.
O índice do dólar apresentou um aumento de 0,46%, chegando a 102,550. No mercado interno, o Banco Central brasileiro vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional oferecidos na rolagem dos vencimentos de outubro.
