Novas empresas de pequeno e médio porte lideram migração no mercado livre de energia em São Paulo.
Sete em cada dez novas empresas que aderiram ao mercado livre de energia são de pequeno e médio porte. Nesse mercado, os preços são livremente negociados entre compradores e vendedores.
No primeiro trimestre deste ano, um total de 5.363 novos clientes migraram para o mercado livre. Em março, entre os 1.494 clientes, 69% eram empresas beneficiadas pela portaria que permitiu a entrada de companhias menos intensivas no consumo de energia, de acordo com dados da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).
Os setores que mais registraram migrações foram comércio, serviços, manufaturados, alimentícios e minerais não-metálicos. São Paulo lidera entre os estados com o maior número de novos clientes (1.734 empresas), seguido por Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná.
Segundo o balanço da CCEE, o volume de novos clientes já representa 72% do total de empresas que migraram em 2023 e já ultrapassa os dados registrados em 2022.
“Mais de 18 mil consumidores já manifestaram à Agência Nacional de Energia Elétrica o desejo de migrar para o mercado livre ao longo de 2024. Além disso, existem 560 pedidos de encerramento de contrato com a distribuidora para 2025”, afirmou a CCEE em comunicado.
Essa movimentação decorre de uma portaria do governo Jair Bolsonaro de 2022, que entrou em vigor em janeiro deste ano. Antes, somente empresas de alta e média tensão, com contas de luz acima de R$ 140 mil e consumo superior a 500 kilowatts, podiam contratar energia diretamente. Com a nova portaria, empresas com contas de luz acima de R$ 9.000 e demanda inferior a 500 kilowatts também podem ingressar nesse mercado.
No primeiro trimestre, o consumo de energia no ACL (ambiente de contratação livre) totalizou 26 mil MW (megawatts) médios, cerca de 7,6% a mais do que o registrado no mesmo período de 2023. Os setores que mais consumiram energia nesse período foram o de metal e produção de metal, com 5.959 MW, seguido pela indústria alimentícia (2.880 MW), serviços (2.370 MW), químicos (2.268 MW), minerais não metálicos e manufaturados diversos.
De acordo com a CCEE, o ACL representou 37,1% do consumo de energia registrado pelo SIN (Sistema Interligado Nacional) no primeiro trimestre.
Por Diego Felix