É o presidente Lula (PT) quem manda na Petrobras. Não são seus executivos, ministros de governo, muito menos os acionistas privados que têm a palavra final na companhia.
Alexandre Silveira, que comanda a pasta de Minas e Energia, fez questão de deixar essa informação muito clara durante entrevistas que concedeu antes da aprovação de Magda Chambriard como nova presidente estaleira. O assunto foi destaque no editorial desta segunda-feira, 27, no jornal O Estado de S. Paulo.
Além de ressaltar quem é o comandante da Petrobras, Silveira afirmou em recente entrevista ao jornal O Globo que, para o governo petista, a forma como a multinacional foi conduzida nos mandatos anteriores de Lula da Silva foi “correta”.
Segundo o ministro, a estatal só não entregou os resultados esperados porque “ficou paralisada por causa da operação Lava Jato”. “Ou seja, para o Silveira, não fosse a Lava Jato, que flagrou um colossal esquema de corrupção, a Petrobras teria voado”, escreveu o Estadão.
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A publicação diz ainda que, com tal declaração, Silveira “matou dois coelhos” de uma só vez:
“Ele atribuiu à Lava Jato a ruína da Petrobras, quando todos sabem que a empresa foi ao brejo por causa do seu escancarado uso político pelos governos petistas; e considerou ‘corretos’ justamente os megalomaníacos planos desenvolvimentistas de Lula e Dilma Rousseff que dilapidaram a empresa”, escreveu o jornal.
O editorial afirma que “devemos agradecer ao ministro pela transparência”. Afinal, a partir das suas falas, “ninguém mais no Brasil pode dizer que não foi avisado das intenções de Lula na Petrobras”.
Prejuízos provocados pelo lulopetismo
O jornal reconhece que a empresa é obviamente controlada pela União, e que seria ingenuidade supor que ela atuaria sem considerar os interesses do governo.
“Por outro lado, essa característica não significa que o governo possa fazer da estatal o que bem entender, porque a má administração da maior empresa do país gera prejuízos para todos”.
O Brasil já viu essa história antes. Em setembro de 2015, a companhia teve um rombo de R$ 507 bilhões sob a administração lulopetista.
Esta resolveu tocar, a partir do zero, projetos grandiosos como a construção de estaleiros e navios, criação de polos petroquímicos, grandes refinarias, gasodutos e plataformas. Tudo ao mesmo tempo.
“Obviamente, nada disso importa para o governo Lula”, observou o texto do Estadão. “O ministro Silveira sustenta que caberá ao presidente Lula, o verdadeiro CEO da empresa, a decisão final sobre os investimentos”.