Nesta última sexta-feira (29), um dos índices mais monitorados nos EUA, o PCE, foi liberado, registrando um crescimento de 0,1% em agosto.
Esse percentual está aquém das previsões do mercado, que antecipavam uma elevação de 0,2%. Esse indicador, além de medir o núcleo da inflação do consumo norte-americano, desempenha um papel crucial nas decisões de política monetária do Federal Reserve.
Análise Anual e Impacto Mercadológico
Ao se comparar com agosto do ano anterior, o PCE exibiu um avanço de 3,9%, em harmonia com as estimativas do Refinitiv. No que diz respeito ao ambiente de negócios de Nova York, surgiram comportamentos diferenciados.
Por exemplo, enquanto índices como o S&P 500 e a Nasdaq demonstraram crescimento, o Dow Jones mostrou um pequeno recuo. Em relação à moeda, houve uma depreciação do dólar comercial, bem como uma queda no índice dólar.
Citi e sua Projeção
Os números, à primeira vista, podem ser interpretados como positivos. Contudo, o Citi expressou preocupações relativas à possibilidade de “riscos de uma aceleração substancial na inflação em 2024”. O banco foi incisivo ao comentar sobre a tendência recente de inflação, afirmando: “É improvável que dure o ‘caminho suave'”.
Interpretação do JPMorgan
O JPMorgan, ao dissecar os dados do PCE, mencionou que, embora estejam consistentes com suas projeções, ficaram um pouco abaixo da média de mercado.
Além disso, o banco enfatizou o crescimento no consumo real, particularmente em julho, que foi seguido por uma desaceleração em agosto.
Futuro do Federal Reserve Pós-Revelação
A postura do Citi, já conhecida por suas análises passadas, sugere elevações nas taxas de juros, dado o atual cenário. Com isso em mente, o banco sugere que o Federal Reserve poderia estar inclinado a fazer ajustes futuros.
Divergentemente, o Morgan Stanley vê os dados atuais como representativos de uma tendência de desaceleração contínua. Apesar disso, sugere que, para cumprir as metas do Federal Reserve, é preciso um crescimento mensal de 0,31%.
Insights de Profissionais do Setor
Gustavo Sung, da Suno, projeta que essas novas métricas exercerão um impacto benéfico nas decisões futuras do Federal Reserve.
Já Claudia Rodrigues, associada ao C6 Bank, destaca a persistência da inflação de serviços, impulsionada pela atual conjuntura do mercado de trabalho.
Danilo Igliori, vinculado à Nomad, sugere que fatores externos, como acontecimentos globais, podem influenciar mais nas decisões do Federal Reserve do que os dados recentemente revelados.
Consumo e Tendências de Poupança
Os números revelam um aumento na renda, apesar de um declínio nos gastos. De acordo com o Morgan Stanley, isso é indicativo de um consumidor mais reservado.
Recentemente, a taxa de poupança dos americanos tem sofrido uma diminuição, em grande parte impulsionada por taxas tributárias mais elevadas. Prevê-se uma estabilização da taxa de poupança à medida que as incertezas econômicas diminuam.