O mês de setembro abriu com o Ibovespa registrando uma expressiva valorização de 1,86%, alcançando 117.892 pontos. Esta ascensão ocorreu após um mês de agosto desafiador, onde o índice caiu mais de 5%.
Diversos fatores globais, como estímulos na China ao setor imobiliário e o progresso do PMI, foram os grandes catalisadores desta recuperação.
Setor de Minério e Petróleo em Destaque
O minério de ferro, fortemente influenciado pelos eventos na China, observou um incremento de 0,48%, com uma cotação em Dalian de US$ 116,49 por tonelada.
Este aumento refletiu diretamente nas ações da Vale (VALE3), que saltaram 5,85%. Por outro lado, o petróleo também teve um desempenho estelar.
O Brent avançou 1,9%, alcançando US$ 88,49 o barril, enquanto o WTI subiu 1,7%, fixando-se em US$ 85,02. Estes números, os maiores em meses, favoreceram as ações da Petrobras, com os ativos ON e PN avançando 3,33% e 2,16% respectivamente.
Destaques Macroeconômicos no Brasil e EUA
No território brasileiro, o PIB mostrou uma expansão surpreendente de 0,9% em comparação com o primeiro trimestre de 2023, superando a expectativa de 0,3%.
Lucas Carvalho, analista-chefe da Toro Investimentos, ressaltou que a “surpresa positiva foi o setor industrial, além do setor de serviços”.
Ao olhar para os EUA, o cenário também foi promissor. O relatório de emprego, conhecido como payroll, divulgou a criação de 187 mil vagas, um número acima do esperado.
No entanto, a taxa de desemprego sofreu um leve aumento, passando de 3,5% para 3,8%. Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus, avalia que “a taxa de desemprego veio maior, mostrando que há mais pessoas desempregadas”, o que pode sinalizar uma pausa no ciclo de alta dos juros pelo Federal Reserve.
Perspectivas sobre Juros nos EUA e Brasil
Com a divulgação destes dados, a probabilidade de manutenção da taxa dos Fed Funds na próxima reunião do Federal Reserve se situa em 93%.
André Cordeiro, economista-sênior do Inter, pondera que o “Federal Reserve pode pular essa decisão, esperando chegar em novembro para analisar mais dados”.
Enquanto nos EUA as expectativas apontam para uma pausa, no Brasil a situação se mostra diferente. Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, acredita que o Banco Central poderá não acelerar os cortes da taxa básica Selic, atualmente em 13,25%.
O Orçamento de 2024 e os desafios fiscais mantêm os investidores em alerta. A perspectiva de cumprir a meta de déficit zero em 2024 ainda gera ceticismo no mercado.
Comentários do Presidente do Banco Central
Durante um evento na tarde de sexta-feira, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, reconheceu o bom desempenho do PIB. Entretanto, ele também chamou atenção para o “crescimento da despesa primária no Brasil”, comparando-a com outros países.
Performance dos Juros Futuros
Ao encerrar o dia, as taxas de juros futuros mostraram movimentações distintas. Enquanto as taxas de curto prazo subiram, reagindo ao PIB acima do esperado, as taxas longas migraram para o negativo, influenciadas pelas declarações de Campos Neto.