Em uma declaração divulgada nesta terça-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia tem conhecimento há algum tempo sobre a estreita relação entre os serviços de inteligência da Ucrânia e os Estados Unidos e Reino Unido.
Segundo Peskov, os serviços especiais ucranianos estão sob uma rígida supervisão e influência desses países estrangeiros, o que desperta preocupações para a Rússia. A declaração do porta-voz do Kremlin sugere que essa interferência externa poderia ser uma das razões por trás do aumento das tensões entre a Rússia e a Ucrânia.
Essa afirmação parece reforçar a perspectiva russa de que a Ucrânia é uma peça de um jogo geopolítico maior, no qual os Estados Unidos e o Reino Unido estariam atuando estrategicamente para minar os interesses russos na região.
A relação entre a Rússia e a Ucrânia tem sido tensa desde que ocorreu a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014, seguida por conflitos armados no leste da Ucrânia. A Ucrânia busca aproximar-se do Ocidente e aderir à União Europeia e à OTAN, o que é visto com preocupação por parte da Rússia.
Nesse contexto, a declaração de Peskov indica que a Rússia vê a Ucrânia como uma espécie de peão controlado pelos Estados Unidos e Reino Unido, o que intensifica a rivalidade geopolítica entre as partes envolvidas.
No entanto, é importante ressaltar que essa é uma visão russa sobre a situação e não necessariamente reflete a realidade. Embora seja comum que os países tenham relações e cooperação com serviços de inteligência estrangeiros, afirmar que os serviços especiais ucranianos estão sob “estreita supervisão” desses países é uma afirmação polêmica e deve ser analisada com cautela.
No final das contas, a declaração de Peskov apenas reforça a complexidade das relações entre Rússia, Ucrânia, Estados Unidos e Reino Unido, e como essas relações têm implicações significativas no cenário geopolítico atual.
Em sua opinião, ele estava discutindo um artigo do Washington Post intitulado “Agentes ucranianos com fortes vínculos com a CIA engajam-se em uma guerra secreta contra a Rússia”.
Peskov, porta-voz do governo russo, afirmou em uma coletiva de imprensa que os serviços de inteligência russos têm reportado repetidamente a existência de informações sobre a intensa colaboração entre os serviços de inteligência da Ucrânia, Estados Unidos e Reino Unido.
“Nossos serviços especiais têm conhecimento desse fato há bastante tempo e estamos plenamente cientes disso.”
Um artigo recente no Washington Post revelou que os órgãos de inteligência dos Estados Unidos e do Reino Unido têm fornecido suporte substancial aos serviços de segurança da Ucrânia, conhecidos como SBU e GUR. Essas agências de segurança ucranianas são acusadas de estar envolvidas em diversos ataques dentro do território russo, incluindo o assassinato de Darya Dugina em 2022, filha de um importante ultranacionalista russo.
A Rússia anteriormente havia acusado a Ucrânia de ser responsável pelas mortes de Dugina e de outras pessoas, ao passo que Kiev normalmente evita assumir a responsabilidade por ações ocorridas em território russo.