Em abril de 2024, o real apresentou uma queda de 5,1% em relação ao dólar, tornando-se a moeda mais desvalorizada do mundo no período, conforme apontado por Alex Agostini, economista da agência Austin Rating.
Essa queda foi superior à de outras moedas de países como Argentina, Israel e Vietnã. Enquanto a moeda uruguaia teve uma desvalorização de 3,4%, o peso mexicano de 2,3% e o peso argentino de 1,3%, o real brasileiro caiu expressivos 5,1%.
Mesmo comparando-se com países em conflito, como Israel, que teve uma desvalorização de 2,6%, o desempenho do real foi considerado o pior.
O cenário nacional foi influenciado pela revisão dos objetivos fiscais do governo, que atrasaram a previsão de superávit, e pela expectativa de que os Estados Unidos mantenham os juros elevados por mais tempo.
Esses fatores resultaram em um aumento do dólar no Brasil, que fechou em R$ 5,26, com uma alta de 1,72% em relação à moeda norte-americana. Os dados são baseados na cotação Ptax, utilizada pelo Banco Central.
Em relação à desvalorização no ano, o real foi a 10ª moeda com maior queda, acumulando 8%. A libra egípcia liderou as perdas, com uma desvalorização de 36,3%, seguida pela libra do Sudão do Sul, com -31,1%. Já o peso argentino aparece na 12ª posição, com uma queda de 7% frente ao dólar.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, minimizou a situação, atribuindo “2/3 do que está acontecendo no Brasil” em relação ao dólar ao cenário internacional. Ele destacou o conflito no Oriente Médio e a inflação nos EUA como fatores que têm impactado a valorização do dólar em relação às demais moedas.
No mercado financeiro, a cotação do dólar encerrou em R$ 5,27, com um aumento de 1,64%, atingindo o maior patamar desde março de 2023. Na semana, a moeda norte-americana teve um incremento de 2,91%, e no acumulado do ano, a alta foi de 8,59%.