Em meio a tensões globais recentes, a Bolsa de Valores do Brasil mostrou resiliência. No início da semana, o mercado interno reagiu de forma mista ao contexto global de incertezas, impulsionado principalmente pelo conflito entre Israel e o Hamas.
Movimentações no Ibovespa e nos Mercados Internacionais
Na segunda-feira, a Bolsa brasileira encerrou suas atividades em uma nota positiva. O Ibovespa, principal índice da bolsa, registrou um aumento de 0,86%, alcançando 115.156 pontos.
Esse movimento ascendente ocorreu mesmo depois de uma queda anterior no mesmo dia, influenciada por tensões no cenário internacional. As ações de empresas nacionais responderam de formas variadas.
Algumas, mais voltadas para o cenário doméstico, registraram queda devido às expectativas de juros mais altos. No entanto, empresas do setor de petróleo ajudaram a alavancar o índice.
Os EUA, por outro lado, viram índices como o Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq terminarem o dia em alta, apesar de também terem enfrentado baixas durante parte da sessão.
O VIX, muitas vezes referido como o “índice do medo”, teve um salto inicial de quase 7%. No entanto, até o final do dia, a situação se acalmou, e o aumento foi de apenas 1,43%.
Especialistas Ponderam Sobre o Impacto da Guerra Israel-Hamas
Alex Carvalho, analista da CM Capital, mencionou a possibilidade de um cessar-fogo por parte do Hamas como uma das razões para o alívio entre os investidores.
De acordo com ele, a notícia de que o Hamas pode estar considerando uma trégua “após já ter ‘alcançado seus objetivos'” trouxe uma certa tranquilidade ao mercado.
Outros, como Alexsandro Nishimura, da Nomos, destacaram a incerteza sobre como o conflito poderia afetar a economia global. Ele pontuou que enquanto a amplitude completa do impacto do conflito permanece incerta, os investidores estão mais focados em fatores com efeitos mais imediatos, como o petróleo.
O cenário para o petróleo tornou-se particularmente crucial dada a localização geográfica do conflito, nas proximidades de grandes produtores.
Repercussões do Conflito e as Projeções Futuras
Alex Lima da Guide Investimentos, abordou a complexidade e as possíveis consequências do conflito. Ele comparou a situação atual com o prolongado conflito na Ucrânia, sugerindo que, embora o conflito Israel-Hamas possa ser mais curto, pode ter um custo maior. Uma questão-chave é a possível interferência do Irã, que poderia intensificar ainda mais a situação.
Conforme o conflito se desenvolve, o preço do petróleo continua sendo uma área a ser observada, com aumentos notáveis já registrados.
Movimentações de Empresas no Brasil e Reflexos Econômicos
O setor de petróleo no Brasil viu um impulso significativo, apesar das incertezas globais. Empresas como PetroRecôncavo e 3R Petroleum viram suas ações subirem. Por outro lado, empresas sensíveis à inflação e aos preços do petróleo, como Grupo Casas Bahia e Azul, registraram quedas.
Alan Martins da Nova Futura Investimentos ressaltou a preocupação com possíveis impactos na produção de petróleo, citando decisões recentes de cortes da Opep+.
Perspectivas Locais e Comentários de Autoridades
Para além das questões internacionais, o mercado brasileiro também está atento a eventos domésticos. Um desses eventos é o vencimento de contratos futuros do Ibovespa.
No cenário mais amplo, as declarações do vice-presidente do Federal Reserve dos EUA, Phlip Jefferson, foram notadas por especialistas por sua visão otimista.
Enquanto isso, no Brasil, o Boletim Focus do Banco Central manteve suas projeções estáveis, e Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central, disse: “A gente segue com a comunicação que a gente tinha até agora”.
Desempenho do Real em Relação ao Dólar
Concluindo, a moeda brasileira, o real, também mostrou força, com o dólar registrando uma queda frente a ela.