A conhecida rede de varejo Polishop entrou com um pedido de recuperação judicial na semana passada. O processo está sendo avaliado pela 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, aguardando a decisão do juiz Paulo de Oliveira Filho, conforme reportado pelo Valor.
A empresa tentou, sem êxito, renegociar uma dívida de R$ 395 milhões com seus credores nas últimas semanas. As negociações foram complicadas, especialmente devido aos shoppings centers que cobravam aluguéis atrasados e resistiam a acordos de pagamento, de acordo com fontes próximas ao caso.
Em 3 de abril, a Polishop solicitou uma tutela antecipada na 2ª Vara de São Paulo, argumentando que não possuía todos os documentos necessários para o pedido formal de recuperação.
A empresa solicitou urgência para suspender execuções de dívidas e despejos que colocavam em risco sua continuidade. A liminar foi concedida no mesmo dia, antecipando os efeitos da recuperação judicial, conforme previsto na legislação de 2005.
João Apolinário, fundador da Polishop, declarou que a empresa está enfrentando sua crise financeira mais severa. Em resposta, os sócios injetaram capital proveniente da venda de ativos, incluindo uma aeronave no valor de R$ 250 milhões, totalizando R$ 100 milhões entre 2022 e 2023.
A empresa fechou várias lojas com baixo desempenho, demitiu funcionários e reduziu custos. No final de 2021, a rede contava com 250 unidades, número que diminuiu para 180 em dezembro de 2022 e para 123 no início de 2023, havendo possíveis novas reduções desde então.
A Polishop tem enfrentado queda na demanda de seus produtos de alto padrão, dificuldades na importação de mercadorias da China e o aumento do custo do crédito devido ao aumento da taxa básica de juros (Selic) após 2021.