De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Produtor apresentou um aumento de 1,11% em setembro. Esse foi o segundo mês consecutivo em que os preços da indústria registraram alta, após seis meses de deflação. Essa elevação foi impulsionada pela inflação no segmento de refino de petróleo.
No período até setembro deste ano, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrou uma redução acumulada de 5,43%, o que representa a maior variação negativa de preços desde o início da série histórica em 2014. Em um período de 12 meses, a queda chega a 7,92%.
De acordo com a análise de 24 atividades industriais, 13 apresentaram um aumento de preços em setembro. A maior alta foi registrada no setor de refino de petróleo e biocombustíveis, com um aumento de 8,28%. Essa atividade foi responsável por contribuir com 0,85 ponto percentual para o aumento geral do índice no mês.
Segundo Alexandre Brandão, analista do IPP, o aumento dos preços do refino está intimamente ligado ao aumento dos preços do petróleo bruto. Esse aumento tem sido observado em todo o mundo devido à redução recente da produção. Além disso, ele aponta que esse fator também está relacionado ao avanço de 3,86% nos preços nas indústrias extrativas.
O setor de impressão registrou um aumento significativo de preços, com uma variação de 1,78%.
Por outro lado, o segmento de bebidas registrou uma redução de 5,09%, o que teve um impacto significativo no desempenho do índice geral. Essa queda pode ser atribuída ao reposicionamento dos preços e à diminuição dos custos para os produtores desse setor, de acordo com as análises de Brandão.
No mês de setembro, houve um aumento nos preços dos produtos no mercado, ao mesmo tempo em que o Banco Central vem adotando medidas para reduzir a taxa de juros. Essa redução já ocorreu duas vezes consecutivas, totalizando um corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, que atualmente está em 12,75%.
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) mensura os preços dos produtos no momento em que saem das fábricas, não incluindo impostos e custos de frete.