Nesta quarta-feira, o Parlamento russo finalizou a aprovação de uma lei que abandona a ratificação do tratado global que proíbe os testes de armas nucleares. Essa ação é um reflexo do crescente distanciamento entre a Rússia e os Estados Unidos, especialmente devido ao envolvimento de Moscou na guerra na Ucrânia.
O vice-ministro de Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, expressou que a Rússia ainda não se sente pronta para retomar as discussões sobre questões nucleares com os Estados Unidos até que Washington desista de sua postura “hostil”.
Aprovado por unanimidade tanto na câmara baixa quanto na câmara alta, o projeto de lei que busca retirar a ratificação do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT) contou com o apoio de 156 votos. Agora, o próximo passo é a assinatura do presidente Vladimir Putin.
Putin tinha solicitado a mudança visando “refletir” a posição dos Estados Unidos, que assinaram o CTBT em 1996, mas nunca ratificaram o tratado.
Embora o Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT) nunca tenha sido oficialmente implementado, teve um impacto significativo ao tornar os testes nucleares um assunto tabu. Desde o início deste século, nenhum país, além da Coreia do Norte, conduziu testes nucleares que envolvam explosões nucleares.
A Rússia declarou que não voltará a realizar testes, a menos que os Estados Unidos o façam primeiro. No entanto, especialistas em controle de armas alertam que qualquer teste realizado pela Rússia ou pelos Estados Unidos poderia desencadear uma nova corrida armamentista.
Esta situação é particularmente preocupante, uma vez que ocorre em um momento de intensas tensões internacionais, com conflitos em curso na Ucrânia e no Oriente Médio. Estas tensões adicionais poderiam levar outros países a realizar testes nucleares, aumentando ainda mais o risco global de proliferação nuclear.
No mês passado, a CNN divulgou imagens de satélite que revelaram que nos últimos anos a Rússia, os Estados Unidos e a China têm aumentado a extensão de suas instalações de testes nucleares.
Na semana passada, o Departamento de Energia dos Estados Unidos divulgou que realizou uma explosão química em sua instalação de testes em Nevada com o objetivo de aprimorar a habilidade do país em detectar explosões nucleares de baixo rendimento em todo o mundo.
Essa ação é parte dos esforços contínuos dos EUA em garantir a segurança global e o cumprimento de acordos internacionais relacionados à não proliferação nuclear.