Lula decidiu retomar em seu governo a política de não só corrigir o mínimo pela inflação, mas voltar a conceder reajustes reais do benefício.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta segunda-feira (22) que a nova política de reajuste do salário mínimo, do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), “está comprometendo a reforma da Previdência”.
Lula decidiu retomar em seu governo a política de não só corrigir o mínimo pela inflação, mas também conceder reajustes reais do benefício, com base no crescimento da economia – o que impacta em uma série de gastos obrigatórios do governo, como a Previdência Social.
Essa prática vigorou durante os governos do Partido dos Trabalhadores (PT), tanto de Lula quanto de Dilma Rousseff, mas foi interrompida durante as gestões de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).
Durante a campanha de 2022, Bolsonaro chegou a prometer que reajustaria o mínimo acima da inflação, caso fosse eleito.
Para o governador de São Paulo, a política de reajuste do salário mínimo agrava a situação fiscal do Brasil, que em sua visão é a “prioridade zero” do ponto de vista econômico – do ponto de vista social, Tarcísio afirma que o principal problema é a segurança pública.
“Eu diria que nós temos dois riscos importantes. Um, do ponto de vista econômico, é o risco fiscal. O risco fiscal irá minar as oportunidades do Brasil, e já estamos vendo isso.
Temos países mais bem posicionados, e estamos perdendo o trem. Observe, o mundo está se reorganizando em termos de cadeias globais de produção”, afirmou Tarcísio durante um evento em São Paulo (SP) promovido pela Esfera Brasil – grupo que reúne empresários de diversos setores da economia brasileira.”
Quem apostou na desinflação americana errou, a taxa de juros lá está alta. Isso irá drenar a liquidez internacional. Precisamos ser muito mais disciplinados do ponto de vista fiscal e não estamos conseguindo.
Não estamos percebendo a necessidade de reduzir despesas, reservar recursos para investimentos, ter capacidade de atrair capital privado e liderar a transição energética”, disse o político.