Nesta segunda-feira, a equipe de campanha para a reeleição do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou sua preocupação com a linguagem utilizada pelo ex-presidente Donald Trump ao se referir aos seus oponentes políticos, comparando-a àquela adotada pelo ditador nazista alemão, Adolf Hitler. O uso da palavra “verme” para descrever seus inimigos políticos foi considerado alarmante pela equipe de Biden.

No sábado, durante um comício em New Hampshire, Trump declarou que ele iria combater e eliminar os indivíduos de esquerda que ele rotula de comunistas, marxistas, fascistas e bandidos. Ele os descreveu como vermes que vivem dentro do nosso país e que mentem, roubam e trapaceiam nas eleições. É importante observar que essa afirmação não é verdadeira, já que Trump continua a perpetuar a alegação falsa de que perdeu a eleição presidencial de 2020 devido a uma fraude.
“Os comentários proferidos por Trump durante o feriado do Dia dos Veteranos, em homenagem aos militares americanos, receberam críticas online, com certos historiadores apontando que sua linguagem se assemelha à de autocratas que tentaram desumanizar seus inimigos.”
“Durante um fim de semana em que a maioria dos americanos estava prestando homenagem aos heróis da nação, Donald Trump usou uma linguagem autocrática que lembra a de Adolf Hitler e Benito Mussolini – dois ditadores contra os quais muitos veteranos americanos lutaram e perderam suas vidas”, declarou Ammar Moussa, porta-voz da campanha de Biden, em um comunicado.
“Donald Trump acredita que pode alcançar a vitória ao dividir nossa nação. No entanto, ele está enganado e em novembro do próximo ano, ele descobrirá quão equivocado está.”
Steven Cheung, representante da equipe de campanha de Donald Trump, rejeitou enfaticamente as comparações feitas entre o presidente americano e líderes históricos controversos como Adolf Hitler e Benito Mussolini. Cheung argumenta que essas comparações são infundadas e não têm base na realidade.
Ao refutar essas comparações, Cheung defende que é importante lembrar que cada líder político tem suas próprias características e políticas distintas. Ele destaca que Trump foi eleito como um líder democrático em uma eleição livre e justa, e que seu governo tem trabalhado em prol dos interesses do povo americano.
Cheung também ressalta que é injusto e irresponsável rotular qualquer líder político com base em comparações históricas simplistas. Ele enfatiza que Trump é comprometido com a democracia e com os princípios que fundamentam a sociedade americana, incluindo liberdade de expressão e igualdade de oportunidades para todos os cidadãos.
Além disso, Cheung destaca que Trump implementou diversas políticas que visam impulsionar a economia e proteger os interesses dos trabalhadores americanos. Ele menciona medidas como a reforma tributária, as restrições comerciais visando equilibrar as relações internacionais e os esforços para reduzir a imigração ilegal como exemplos do compromisso de Trump em fortalecer a nação e melhorar a vida dos americanos.
Em suma, Cheung rejeita categoricamente as comparações entre Trump e líderes autoritários do passado, argumentando que tais comparações não têm bases sólidas e não refletem a realidade do atual governo americano. Ele enfatiza a importância de reconhecer as características e políticas distintas de cada líder político, e defende que Trump está comprometido com a democracia e o bem-estar dos cidadãos americanos.
“Os indivíduos que fazem essa afirmação ridícula são claramente exagerados, procurando desesperadamente algo para culpar devido à sua Síndrome de Perturbação de Trump, e seu descontentamento será completamente desconsiderado quando o presidente Trump retomar a presidência na Casa Branca”, declarou Cheung nesta segunda-feira.
Trump, o principal candidato à nomeação republicana para enfrentar Biden na eleição de novembro de 2024, tem um histórico extenso de retórica incendiária quando se trata de descrever seus adversários. Recentemente, em uma entrevista a um site de tendência conservadora, ele afirmou que os imigrantes que entram no país ilegalmente estão causando danos à nação, usando a expressão “envenenando o sangue do nosso país”.
O representante da Casa Branca, Andrew Bates, também expressou que a escolha da palavra “verme” por parte de Trump se assemelhou ao discurso de Hitler e Mussolini.
Bates afirmou em um comunicado que usar termos como este para descrever aqueles que discordam seria inconcebível para os nossos fundadores, mas infelizmente familiar para os veteranos de guerra norte-americanos que serviram durante os anos 1940.
Tim Naftali, pesquisador sênior da Faculdade de Assuntos Públicos e Internacionais da Universidade de Columbia, explicou que ao longo da história, líderes autoritários têm recorrido a palavras depreciativas, como “verme”, com o intuito de desumanizar seus críticos e instilar um sentimento de temor na sociedade.
“Segundo Naftali, essa é a retórica usualmente associada a ditadores, que governam através do medo. Ao desumanizar seus oponentes, eles permitem e justificam atos violentos contra eles.”