O dólar à vista fechou a quarta-feira perto da estabilidade ante o real, com investidores mantendo posições antes do feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, em um dia de alta para a moeda norte-americana no exterior, enquanto no Brasil repercutiram comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre a política monetária.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9021 reais na venda, em alta de 0,08%. Em novembro, a moeda acumula queda de 2,75%.
Na B3, às 17:22 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,02%, a 4,9030 reais.
No início da sessão, o dólar chegou a cair ante o real, com investidores ainda repercutindo a ata do último encontro de política monetária do Federal Reserve, publicada na tarde de terça-feira, e à espera da divulgação de novos dados sobre a economia norte-americana.
Após ter subido quase 1% na véspera, o dólar à vista marcou a cotação mínima de 4,8781 reais (-0,41%) às 9h18. A moeda norte-americana, no entanto, se reaproximou da estabilidade ainda durante a manhã, oscilando entre altas e baixas, em margens estreitas.
Internamente, investidores reagiam positivamente à entrevista dada por Campos Neto ao canal asiático da Bloomberg TV na noite de terça-feira. Nela, o presidente do BC reiterou que a tendência é que a instituição corte a Selic em 0,50 ponto percentual nas duas próximas reuniões, em dezembro e em janeiro, e disse que é “difícil” dizer onde o ciclo de redução da taxa básica vai parar. Atualmente, a Selic está em 12,25% ao ano.
O presidente do BC afirmou ainda que a instituição pode continuar baixando a Selic e que a inflação no Brasil está bem-comportada.
A fala de Campos Neto foi considerada dovish (branda com a inflação) por participantes do mercado, o que impactou positivamente o segmento de juros, fazendo as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) caírem.
No exterior, o viés para o dólar era positivo ante a maior parte das demais divisas, em movimento que ficou mais claro após a divulgação de novos dados econômicos.
O índice de confiança do consumidor dos EUA, medido pela universidade de Michigan, atingiu 61,3 em novembro, ante projeção de 60,6 em pesquisa da Reuters com economistas. As expectativas de inflação dos consumidores dos EUA também aumentaram pelo segundo mês consecutivo em novembro.
Já os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA caíram 24.000 na semana encerrada em 18 de novembro, para 209.000 em dado com ajuste sazonal, informou o Departamento do Trabalho. Economistas consultados pela Reuters previam 226.000 pedidos para a última semana.
Os números deram força à leitura de que os juros nos EUA podem ficar elevados por mais tempo, o que favorece o dólar ante outras divisas.
No Brasil, às 14h52, o dólar à vista marcou a cotação máxima de 4,9217 reais (+0,48%). Operador ouvido pela Reuters afirmou que alguns movimentos técnicos contribuíram para o pico da moeda norte-americana, que acabou perdendo força posteriormente. Segundo ele, muitos participantes do mercado preferiram manter as posições atuais antes do feriado do Dia de Ação de Graças nos EUA, na quinta-feira, que tende a reduzir a liquidez no Brasil.
Às 17:22 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– subia 0,37%, a 103,910.
Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de janeiro.