O dólar tinha pouca alteração frente ao real nesta segunda-feira, alternando leves altas e baixas, conforme investidores aguardavam dados de inflação que podem oferecer maior clareza sobre quando o Federal Reserve começará a cortar os juros.
Às 9:54 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,10%, a 4,8940 reais na venda.
Na B3, às 9:54 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,1%, a 4,8940 reais.
Na quinta-feira serão divulgados os dados do índice PCE dos EUA, medida preferida de inflação do Federal Reserve, que podem dar direção aos mercados depois de uma semana passada fraca devido ao Dia de Ação de Graças.
A desaceleração da inflação em economias desenvolvidas ampliou as expectativas dos investidores de que os bancos centrais encerraram as altas de juros e podem cortá-los em breve. Num geral, a perspectiva de juros mais baixos nos Estados Unidos e na Europa costuma levar a um redirecionamento de recursos para países mais rentáveis, ainda que mais arriscados, como o Brasil.
“Os dados de inflação PCE na quinta serão um teste mais significativo para saber se a tendência de desinflação permanece, apesar da força do mercado de trabalho e das preocupações dos consumidores sobre a inflação (nos EUA)”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury.
Além disso, “a questão para os mercados de câmbio é se a forte venda do dólar americano pode continuar na ausência de sinais mais claros de força econômica fora dos Estados Unidos”, acrescentou Moutinho. Na semana passada, dados de PMI da zona do euro mostraram que a economia da região continua em território de contração.
No Brasil os números do IPCA-15 de novembro serão divulgados na terça-feira, com expectativas em pesquisa da Reuters de alta de 0,30% sobre o mês anterior e de 4,8% em 12 meses.
“Esperamos que o IPCA-15 confirme uma desaceleração na inflação anual para baixo de 5%. Esta será uma semana cheia para os mercados de câmbio, o que deve manter a volatilidade elevada, já que esses dados (de inflação) devem impor a tendência das moedas até o Natal”, completou Moutinho.
Ainda na pauta nacional, os mercados ficavam de olho também no julgamento pelo STF, no plenário virtual, de ações que questionam emendas constitucionais que criaram um teto anual para o pagamento de precatórios de 2022 a 2026, matéria acompanhada com muita atenção pela equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para o ajuste das contas públicas.
Na última sessão, na sexta-feira, a moeda norte-americana à vista encerrou em baixa de 0,17%, a 4,8990 reais na venda.
O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de janeiro de 2023.